A causa da morte de Abílio Diniz foi insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Ele estava internado em um hospital da capital paulista
Ao lado do pai, ele construiu o grupo Pão de Açúcar e comandou uma das maiores companhias de alimento do mundo. Abilio Diniz ficou internado por um mês no hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista. Ele deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos.
O velório foi aberto ao público nesta segunda-feira (19), das 11 horas às 15 horas, no Salão Nobre do Estádio do Morumbi, informou a família Diniz em nota.
O enterro será reservado apenas aos familiares
Filho de Valentim e Floripes, Abilio Diniz nasceu no bairro do Paraíso, na Zona Sul de São Paulo, em dezembro de 1936. Primeiro de seis filhos de uma família de origem portuguesa, viveu nos fundos de uma mercearia.
Em 1948, ainda menino, ajudou o pai na abertura de uma doceria, chamada Pão de Açúcar. Era o início da construção de um império em homenagem ao cartão-postal do Rio de Janeiro, primeira imagem que o pai avistou ao chegar ao Brasil de navio.
Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Diniz pensou em se especializar nos Estados Unidos, mas o convite do pai falou mais alto, e em 1959, abriram a primeira loja do Pão de Açúcar, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no coração de São Paulo.
No final dos anos 1960, já eram mais de 60 lojas em 17 cidades
Em 1971, Diniz inaugurou o Jumbo, primeiro hipermercado do Brasil. Cinco anos depois, com empréstimo do BNDES, comprou a Eletroradiobraz, e seguiu comprando, crescendo e inovando.
Diniz também foi o primeiro a criar supermercado em shopping e a abrir suas lojas 24 horas. Foi um dos fundadores da associação brasileira de supermercados e foi um dos pioneiros na criação de programas de trainees do Brasil, ou seja, uma maneira de recrutar e treinar talentos nos negócios.
Empresário Abílio Diniz morre aos 87 anos
Mas um dos maiores líderes empresariais do país também conheceu crises e esteve no centro de conflitos. Por dez anos foi membro do conselho monetário nacional.
Em 1987, com o Pão de Açúcar e o país mergulhado em uma crise econômica, vendeu a sede imponente e voltou ao prédio onde tudo começou.
Em 1989, outro revés. Diniz foi sequestrado quando ia de carro para o trabalho e ficou uma semana nas mãos de sequestradores, nove estrangeiros e um brasileiro. A polícia descobriu o cativeiro, mas a libertação só ocorreu depois de uma longa negociação.
Em 1991, o Pão de Açúcar pagou as dívidas e deu lucro. Diniz se preparou para enfrentar gigantes do varejo internacional no Brasil. Em 1995, abriu o capital do Pão de Açúcar e, com dinheiro em caixa, voltou a comprar supermercados menores, até que encontrou um acionista internacional, o grupo francês Casino.
Decidiu profissionalizar a administração do grupo e, desse modo, tirar os filhos da sucessão. Em seguida, entrou no ramo de eletroeletrônicos pelo varejo e depois de 54 anos, deixou o grupo Pão de Açúcar em 2013.
Depois, comandou a BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo. Assim, criou uma empresa de investimentos, que comprou ações do Carrefour.