O projeto da fábrica de bioinsumos de R$ 120 milhões da Amaggi tomou novos rumos
Originalmente prevista para ser construída em Sapezal, no oeste de Mato Grosso, a unidade da Amaggi terá como sede Cuiabá, capital do Estado e matriz do grupo que faturou US$ 9 bilhões globalmente (cerca de R$ 54 bilhões) em 2023.
Segundo a companhia, a alteração no projeto é puramente estratégica, com foco na logística e na atração e retenção de talentos. Na capital mato-grossense, a biofábrica terá acesso facilitado, por exemplo, ao aeroporto e aos fornecedores.
A expectativa é que a planta comece a produzir bioinsumos para abastecer o grupo já na próxima safra 2025/2026, com operação iniciada no segundo semestre deste ano. O projeto prevê uma área construída total de 17.586 metros quadrados.
No entanto, utilizarão uma área de 4 mil metros quadrados, com a fábrica, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, de acordo com a companhia.
As licenças dos órgãos ambientais do Mato Grosso para a operação já foram concedidas.
De acordo com informações da Amaggi, a produção de bioinsumos visa reduzir o uso de produtos químicos nas lavouras, em linha com as práticas de agricultura regenerativa já adotadas pela companhia.
A empresa já faz uso de produtos biológicos, que são eficientes no controle de doenças e pragas. A fábrica possibilitará à Amaggi a diminuição da utilização de inseticidas, nematicidas e fertilizantes na produção, bem como redução na emissão de poluentes.
O uso de bioinsumos também está associado à melhor absorção de nutrientes por parte das plantas
A capacidade de produção mensal da unidade será de 283.335 litros, mas a planta vai começar a operar com uma oferta de 80 mil litros. De acordo com a Amaggi, assim que entrar em operação, será possível conhecer melhor o ciclo de fermentação de cada produto, bem como o processo de formulação e envase.
A fábrica vai produzir bioestimulantes e biodefensivos a partir de microorganismos. Os fungos a serem multiplicados Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Trichoderma harzianum. Já as bactérias são Bacillus subtilis, Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus thuringiensis e Bradyrhizobium japonicu.
A produção começará com foco em bactérias para bioestimulantes e biodefensivos. Entre três e quatro meses depois, começará a operação da planta de biodefensivos à base de fungos.
Ainda de acordo com a companhia, o foco da produção da biofábrica, em uma primeira etapa, será para atender a demanda interna.
Fundada em 1977 como produtora de sementes, em menos de meio século a Amaggi se tornou um dos maiores grupos do agronegócio brasileiro.
Com 10 mil funcionários globalmente, a companhia atua em quatro frentes de operações: agronegócio, commodities, logística e operações e na produção de energia. Possui ainda o braço financeiro com o AL5 Bank.