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Associação dos Magistrados Brasileiros inicia campanha de acolhida de juízas afegãs no Brasil, "Nós por Elas"

AMB cria campanha para acolher juízas afegãs no Brasil

Temos um compromisso social e solidário de fazer com que essas famílias retomem suas vidas

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) anunciou (20) o início de uma campanha de acolhida de juízas afegãs no Brasil, denominada “Nós por Elas”. O primeiro grupo a chegar ao país é formado por sete juízas, acompanhadas de familiares.

A ação ocorreu para dar assistência às magistradas do Afeganistão. A decisão pela iniciativa ocorreu após a tomada da capital, Kabul, pelo grupo Talibã. Isto é, país onde o regime político envolve uma série de restrições ao trabalho e educação de mulheres. Por isso, não somente as juízas afegãs, mas diversas afegãs passaram a buscar refúgio em outros países.

As juízas afegãs que desembarcaram no Brasil terão abrigo provisório, onde poderão residir com suas famílias e buscar se estabelecer no país. “Temos um compromisso social e solidário de fazer com que essas famílias retomem suas vidas”, disse a presidente da AMB, Renata Gil, em cerimônia de lançamento da campanha.

Antes da tomada de Kabul, por exemplo, 270 juízas afegãs atuavam no páis

A campanha da AMB poderá acolher novas juízas. Mas isso depende do sucesso nas tentativas de resgate que estão acontecendo por organizações internacionais envolvidas nessa operação. No total, havia antes da tomada de Kabul 270 juízas em atuação no país.

Na cerimônia de lançamento da campanha, a presidente da AMB, Renata Gil, relatou que o projeto foi desenvolvido logo após a tomada de Kabul pelos talibãs. Em seguida, a entidade buscou o governo federal e o Congresso Nacional para avaliar as possibilidades de trazer juízas daquele país.

Foi necessário a aprovação de uma norma do governo federal que disciplinasse o acolhimento na condição de refúgio humanitário para pessoas do Afeganistão. No dia 3 de setembro, o governo federal aprovou uma portaria interministerial regulando esses procedimentos.

Começou então o desafio de viabilizar os vistos e a retirada das magistradas afegãs do país. “Conseguimos com os documentos digitais. As pessoas corriam risco de vida. Conseguimos a emissão dos vistos e houve a etapa de trazer para cá. As organizações internacionais se encarregaram disso. Tudo foi feito em sigilo, não soubemos onde ou como foi feito”, relatou Renata Gil.

O Banco do Brasil, por exemplo, disponibilizou uma chave Pix para receber doações que terão como destino esses cidadãos afegãos na condição de refúgio no Brasil, que podem ser feitas usando o e-mail pix.nosporelas@fbb.org.br, como chave de identificação.

Fonte: Agência Brasil