Rodrigo Tremembé é um artista brasileiro, indígena, e foi selecionado pela Unesco para expor sua arte em Paris
O indígena cearense Rodrigo Tremembé é um artista dentre os 70 selecionados pela Unesco para uma exposição especial em Paris. A exposição faz parte das atividades do projeto “Turn It Around / Flashcards for Education”, com artes de 44 países, que tratam sobre justiça climática.
Rodrigo é o único brasileiro na lista. Além disso, na exposição, criaram também um baralho de cartas com as obras.
“Ter a minha arte, a arte do povo Tremembé na Unesco, em Paris, me faz refletir o quão necessário é potencializar vozes indígenas, muitas vezes invisibilizadas, e desenvolver o papel de liderança climática em um mundo que precisa de soluções urgentes”, declarou o jovem artista cearense.
Rodrigo conta então que viu nas redes sociais que estavam abertas as inscrições para trabalho de arte voltado para questão de justiça climática.
“Então resolvi me inscrever, mandei minha arte. Eles fizeram uma publicação impressa quando foi selecionada a minha arte junto a de outros jovens, de outros países”, comentou. Rodrigo é de Córrego João Pereira, em Itarema, município do interior cearense. Ele criou a arte “O vestir é um ato político”, que mostra um homem vestido com traje feito com estampa tipicamente indígena.
Aprendizagem
A Unesco informou que o projeto é uma forma de levar mais aprendizagem para adultos. Assim, eles pediram que jovens reimaginassem as abordagens da educação e as relações das pessoas com a natureza e o mundo durante este período de crise climática. O convite foi feito a jovens artistas, escritores, ativistas e líderes para refletir sobre essas e outras questões.
“É muita honra porque a justiça climática é uma causa urgente e necessária que a gente precisa falar. Então a gente ter a possibilidade de estar nesses locais, se expressando, falando as nossas necessidades, nossas inquietações, em tempos que a gente vive de tanto retrocesso político em relação às políticas indígenas e ambientais no Brasil, é muito importante”, complementou Rodrigo.
O baralho de 70 cartas tem ilustrações e textos dos jovens selecionados. A produção explora temas comuns, assim como capitalismo, coexistência com outras espécies e medos sobre o futuro. O projeto é um desenvolvimento da Arizona State University e Artists’ Literacies Institute em parceria com a Open Society Foundations e a iniciativa Futures of Education da Unesco.