No momento, você está visualizando Autoestima nos relacionamentos na era digital, como lidar?
Psicóloga falou sobre o tema “Entre o real e o virtual: onde nos conectamos?, parte da série sobre relacionamentos “Nós na era digital”

Autoestima nos relacionamentos na era digital, como lidar?

A série aborda como a era digital, as tecnologias e as mídias sociais impactam a saúde mental, física, os relacionamentos e a identidade das pessoas

O Café Filosófico da TV Cultura, falou sobre o tema “Entre o real e o virtual: onde nos conectamos?, parte da série sobre relacionamentos “Nós na era digital”, com a psicóloga Ediane Ribeiro.

Assim, a série aborda como a era digital, impactam a saúde mental, física, os relacionamentos e a identidade das pessoas. No programa de domingo (2), o enfoque foi nos relacionamentos.

Entre os pontos abordados pela psicóloga na edição, ela passa pela busca da verdade como algo presente no cenário dos amores modernos. Além disso, a autoestima como uma experiência da neurobiologia e a atrofia da presença em contraponto à fome por conexão.

Quem nunca se perguntou se o que vemos nas redes sociais é, de fato, verdade? Ribeiro aponta que a centralidade da busca pela verdade não é nova, remontando a Platão e Aristóteles. “Talvez agora, a diferença é que ela [busca pela verdade] se torna mais concreta. Portanto, se trata de uma tentativa de identificar o que, naquele mundo digital, está sendo produzido e que é totalmente diferente daquilo que está sendo vivido”.

Mudança social da contemporaneidade e a atrofia da presença

Em outro momento, a convidada cita o psicoterapeuta Nathaniel Branden. Ele define a autoestima como uma experiência de se sentir “capaz de dar conta dos desafios da vida”.

“Ele pensa a autoestima como uma experiência que nos faz sentir dignas e dignos de existir sendo quem somos. E a gente sai da ideia de autoestima que ‘eu me acho muito inteligente, interessante, bonito ou bonita’. Autoestima é que eu me sinto digna de ser quem eu sou, e isso depende de como eu aprendi relacionamentos”, explica Ribeiro.

Ao falar do isolamento e da fome por conexão, a psicóloga ainda relaciona a mudança social da contemporaneidade e a atrofia da presença. A migração das comunidades ancestrais para a vida urbana moderna, com espaços menos compartilhados, nos deu uma ilusão de liberdade em troca da perda do senso de pertencimento. Com isso, o isolamento e a redução do senso de pertencimento reduzem a capacidade de nos mantermos presentes no aqui e agora.

“Essa organização foi nos levando para agrupamentos cada vez menores, espaços cada vez menos compartilhados, e nos deu a sensação de que temos mais liberdade. […] Mas ela não se sustenta no cotidiano, porque muitas pessoas trabalham em locais que não acreditam na missão desses trabalhos, muitas pessoas continuam a ter a sua forma de viver determinada por quem veio antes. […] Como nós fomos perdendo essa forma aprendida de contato, nós fomos nos isolando, isso nos deixou famintas e famintos por conexão; e é com essa fome que a tecnologia e a era digital se encontram”, explica Ediane.

Fonte: tvcultura