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Profissionais do sexo na Bélgica passam a ter contratos formais de trabalho e outros direitos trabalhistas iguais aos de outras profissões - Foto: Wikimedia/CC

Bélgica dá a prostitutas licença-maternidade e aposentadoria

Profissionais do sexo na Bélgica passam a ter contratos formais de trabalho e outros direitos trabalhistas iguais aos de outras profissões

A partir deste domingo (01/12), prostitutas na Bélgica podem assinar contratos formais de trabalho e obter direitos trabalhistas iguais aos de outras profissões, em um avanço legal que alguns chamam de “revolução”.

A nova lei também estabelece direitos fundamentais para os profissionais do sexo. Inclusive o direito de recusar clientes, escolher suas práticas e interromper um ato a qualquer momento, sem temer sofrer sanções do empregador.

A medida, aprovada pelo Legislativo belga em maio passado, dá sequência à decisão de 2022 do país de descriminalizar o trabalho sexual.

De acordo com as novas regulamentações, profissionais do sexo terão acesso a seguro de saúde, licença remunerada, benefícios de maternidade, auxílio-desemprego e aposentadoria.

A legislação também estabelece regras sobre horas de trabalho, remuneração e medidas de segurança. Abordando uma lacuna de longa data nas proteções legais para os profissionais do setor.

Eles terão que solicitar uma autorização do Estado para contratar profissionais do sexo”, disse Jaramillo.

Autorização estatal para contratações

Além da necessidade de obter autorização, os empregadores têm que aderir a protocolos de segurança rigorosos e atender a requisitos de bons antecedentes, incluindo a ausência de condenações anteriores por agressão sexual ou tráfico humano. Eles devem fornecer roupas de cama limpas, preservativos e produtos de higiene, e instalar botões de emergência nos locais de trabalho.

O trabalho sexual independente continua permitido, mas a contratação de terceiros não regulamentada ou violações da estrutura legal serão processadas.

Os críticos portanto argumentam que a lei não consegue lidar totalmente com o estigma e os riscos ligados ao comércio, especialmente para profissionais do sexo sem documentos. “Ainda há muito trabalho para fazer”, reconhece Jaramillo, enfatizando a necessidade de melhor treinamento policial e judicial para proteger os trabalhadores marginalizados.

Embora países como Alemanha e Holanda tenham legalizado o trabalho sexual, nenhum deles implementou proteções trabalhistas tão abrangentes quanto a Bélgica.