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Pela primeira vez, um Biofungicida que usa a bactéria Paenibacillus ottowii para combater fungos do solo e aumentar a produtividade agrícola.

Biofungicida controla fungos de solo com até 80% de eficiência

Pela primeira vez, um biofungicida usa a bactéria Paenibacillus ottowii para combater fungos do solo e aumentar a produtividade agrícola

O produto de biofungicida para combater fungos do solo é resultado de mais de nove anos de pesquisa. Uma bactéria encontrada no Cerrado pode fortaceler o combate a fungos no solo. Desenvolvido pela Embrapa em parceria com a empresa Simbiose, o biofungicida Eficaz Control é o primeiro do mercado brasileiro a usar uma cepa da bactéria Paenibacillus ottowii como agente de controle biológico.
A Embrapa Milho e Sorgo (MG), identificou o microrganismo e a sua ação antifúngica identificados. A nova tecnologia combate até 80% da infestação de patógenos que causam podridão de raízes e caules em lavouras de milho, soja e outras culturas.

 

O produto apresentou ação comprovada em campo no controle de infestação de patógenos como Fusarium spp., Macrophomina phaseolina e Colletotrichum graminicola.

O Eficaz Control já está registrado para uso em lavouras de milho e soja contra Fusarium spp. E deve, em breve, ser liberado para combater os demais fungos. A nova tecnologia oferece aos produtores uma alternativa viável, segura e eficaz para substituir fungicidas químicos, especialmente no tratamento de sementes e aplicação no sulco de semeadura.

Aliado à cepa de microrganismo da espécie Paenibacillus ottowii, o Eficaz Control traz também uma cepa de Bacillus velezensis.

Ambas se destacaram nos testes iniciados em 2016, pelas equipes de Microbiologia e Fitopatologia da Embrapa Milho e Sorgo. Ou seja, um criterioso processo de isolamento e seleção de microrganismos.

Por meio de um acordo de cooperação técnica, as cepas serão transferidas da Embrapa para a Simbiose. Assim, desenvolveu a formulação ideal para compor o biofungicida, que foi submetido a testes de campo em larga escala e recebeu o nome comercial de Eficaz Control.

O lançamento do Eficaz Control acontecerá no dia 5 de agosto durante o Congresso da Andav, no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo.

Uma alternativa real aos químicos

Artur Soares, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Simbiose relata que realizarão estudos em campo em todo o Brasil. Isso desde 2020, para desenvolver o biofungicida.

De acordo com Marcelo de Godoy Oliveira, CEO do ecossistema Cogny, do qual a Simbiose faz parte, conta que um marco importante é o registro do Eficaz Control. Diferentemente dos fungicidas químicos, que dependem do registro junto ao Ministério da Agricultura para a aplicação em cada tipo de cultura. Portanto, pode-se utilizar o insumo biológico da Simbiose na cobertura de todas as culturas afetadas por essas doenças fúngicas.

O executivo informa que, atualmente, cinco multinacionais dominam mais da metade do mercado brasileiro.

Avanço no controle das podridões

Já aplicaram o Eficaz Control uma única vez no tratamento de sementes para o plantio protegendo as plântulas nos estádios iniciais de desenvolvimento. Dessa forma, garantirá a formação de um stand adequado e menor custo de aplicação e baixo impacto ambiental em virtude da menor dose aplicada do produto.

Por isso, um fator importante, porque a infestação por esses fungos pode não ser percebida pelo produtor e a aplicação de fungicida químico pode não ser suficiente para prevenir os danos. E quando os sintomas aparecem, a situação já está grave, causando tombamento das plantas.

Véras conta ainda que a resistência genética é difícil para se desenvolver para um grupo muito grande de patógenos e o trabalho para o desenvolvimento de técnicas de fenotipagem que permitam desenvolver cultivares resistentes é muito difícil. Esses desafios tornam o melhoramento genético voltado para o controle dos fungos de solo bem complexo. Outro ponto, é a dificuldade de realizar o controle químico uma vez que esses fungos ficam em uma região de difícil acesso no solo ou na raiz. Além disso, o pesquisador explica que, para esse grupo de fungos, a rotação de culturas pode não ser muito eficiente.