Após alívio pontual, índices das Bolsas voltaram a cair com Casa Branca desmentindo informações; dólar sobe e Ibovespa cai no Brasil
As fortes perdas nos mercados de ações bolsas globais continuam nesta segunda-feira (7), refletindo o pânico dos investidores com a intensificação da guerra comercial na sexta-feira (4), quando a China anunciou retaliação contra as tarifas dos Estados Unidos.
O câmbio, no Brasil, abriu o dia em alta e chegou a bater R$ 5,90. Às 11h42, a moeda acelerava alta, subindo 0,57%, a R$ 5,8742. Já o Ibovespa abriu com recuo e chegou a cair 2%. No mesmo horário, a bolsa brasileira recuava 0,62%, aos 126.465 mil pontos.
Os mercados ao redor do mundo caem devido a preocupações sobre como as tarifas de Trump poderiam afetar a economia global e prejudicar o crescimento econômico dos EUA. As ações dos EUA abriram o dia em território de mercado em baixa, mas subiram uma hora depois devido a rumores de que o governo Trump pode pausar as tarifas — talvez por vários meses.
O assessor da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que Trump estava avaliando uma pausa de 90 dias nas tarifas para todos os países, exceto a China. As ações voltaram a cair depois que a emissora citou a Casa Branca dizendo que o comentário sobre a pausa é uma “notícia falsa”.
Do outro lado do mundo, alguns índices da Ásia contabilizaram piores resultados desde 1997.
Veja os mercados pelo mundo
Nos Estados Unidos
Após a virada, as ações dos EUA recuam novamente com os mercados ao redor do mundo preocupados com as tarifas de Trump.
Os mercados abriram em território de baixa, chamado de bear market após uma derrota histórica na Ásia e perdas massivas na Europa.
O Dow tem queda de 1,13%, mas chegou cair mais de 3%. O S&P 500 cai 1,22% – mais cedo, índice tombou 4,51% -, próximo ao território de bear market. O Nasdaq Composite alcançou perdas de quase 5% no início da sessão e agora opera em queda de 0,89%.
O S&P 500 atingiu uma alta recorde há menos de sete semanas, em 19 de fevereiro. Se o índice fechar em território de mercado de baixa, essa seria a segunda mudança mais rápida de pico para mercado de baixa da história (a mais rápida ocorreu durante a pandemia de 2020).
O indicador de medo de Wall Street, o Cboe Volatility Index, ou VIX, subiu para níveis não vistos desde a pandemia de Covid-19, enquanto os investidores se preocupam com o próximo movimento do mercado.
Na Europa
O principal índice acionário da Europa recuou para o seu menor nível em 16 meses nesta segunda-feira, com os investidores ponderando sobre a possibilidade de uma recessão, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não forneceu sinais de que vai desistir de sua agressiva guerra comercial.
O índice STOXX 600 caía 4,2%, a 475,15 pontos, recuando pela quarta sessão consecutiva. E assim a caminho de seu maior declínio percentual em um dia desde a pandemia da Covid-19.
No fim de semana, Trump disse a repórteres que ele não fará um acordo com a China até que o déficit comercial dos EUA seja resolvido, provocando uma nova onda de perdas nos mercados asiáticos.
Os países da União Europeia estão avaliando a aprovação de um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$28 bilhões em importações dos EUA nos próximos dias.
O bloco enfrenta tarifas de importação de 25% sobre aço, alumínio e automóveis e tarifas “recíprocas” de 20% para quase todos os outros produtos.
O índice de referência está cerca de 17% abaixo de sua máxima histórica, atingida em março. Antes que as preocupações com as consequências econômicas da política comercial de Trump derrubassem os mercados globais.
Na Ásia
Na Ásia, o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997, nesta segunda-feira (7).
O índice Hang Seng caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando. Uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.
O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada “equipe nacional” de investidores apoiados pelo Estado. Assim disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.
Na ausência de qualquer indício de recuo por parte da Casa Branca, o foco dos investidores estará em Pequim. Assim, pode apresentar medidas para apoiar os exportadores chineses e fortalecer a economia doméstica.
Petróleo
Os preços do petróleo registram novas perdas nesta segunda-feira. Conforme a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China alimenta os temores de uma recessão que reduziria a demanda por petróleo. Enquanto a Opep+ prepara um aumento da oferta.
Os valores de referência do Brent e do WTI caíam ao menor nível desde abril de 2021 no início do dia.
O barril tipo brent opera em queda 0,93%, cotado a US$ 65. Já o barril WTI, recua 1%, a US$ 61.
O petróleo despencou 7% na sexta-feira (4), depois que a China elevou as tarifas sobre os produtos dos EUA. Escalando uma guerra comercial que levou os investidores a precificar uma probabilidade maior de recessão.
Na semana passada, o Brent e o WTI perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.
Bitcoin
O Bitcoin (BTC), principal criptoativo do mercado, tombava mais de 7% na manhã desta segunda, atingindo o patamar de US$ 76.712. Assim, deixa o patamar dos US$ 80 mil conquistado em meio à eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Outras criptomoedas sofreram quedas expressivas, como Ethereum (ETH) e Solana (SOL), que registraram quedas de quase 10%, e Ripple (XRP), com baixa de quase 7%, também na tarde deste domingo, segundo dados da plataforma Binance.
ETH e SOL estavam sendo cotadas, respectivamente, a US$ 1,618 e US$ 107,91; XRP custava US$ 1,99.