Na Bacia do Rio Cuiabá nós estamos fazendo gestão e vamos lutar até o fim para que não se construam usinas aqui
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), garante que o parlamento estadual vai ‘lutar até o fim’ contra a construção de usinas hidrelétricas na Bacia do Rio Cuiabá. Conforme fontes, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) avaliará nos próximos meses 37 pedidos para liberação de outorgas.
O deputado lembrou que as solicitações de outorgas feitas diretamente para a Secretaria de Meio Ambiente, não depende de aprovação da Assembleia Legislativa. No entanto, garantiu que ainda deve se inteirar sobre os pedidos que devem passar pela avaliação a Sema.
Conforme dados, somente na Bacia do Rio Cuiabá são 35 pedidos que devem ser avaliados pela Sema. “Eu não tenho esse conhecimento ainda, vou verificar para fazer algum comentário sobre isso. Na Bacia do Rio Cuiabá nós estamos fazendo gestão e vamos lutar até o fim para que não se construa usina aqui. Isso eu garanto pra vocês”, pontuou o presidente da Assembleia.
Pedidos para PCHs
A Sema avaliará nos próximos meses 37 pedidos para liberação de outorgas de centrais hidrelétricas de empresas mato-grossenses. Os pedidos devem impactar o córrego da Pratinha, que deságua no rio Mutum e abastece as baías de Chacororé e Siá Mariana no Pantanal mato-grossense que têm ligações com o rio Cuiabá e compõe a bacia do Alto Paraguai. Outro empreendimento hidrelétrico se aprovado afetará o rio Arinos na bacia do Juruena.
Ao todo, os pedidos para liberação de PCHs são 96 em todo o território mato-grossense. Só na bacia do Alto Paraguai, na qual está inserido o rio Cuiabá e o Pantanal, há 35 pedidos para análise.
No ranking de quem mais fez pedidos à Sema estão as empresas do Grupo Scheffer, com 11 solicitações. Em seguida, a família Maggi, que soma 8 pedidos; empatado no terceiro lugar estão as empresas de Robério Garcia e Marcelo Avalone com 7 pedidos cada. Por fim, a família Mendes com dois pedidos.
Atualmente Mato Grosso conta com 157 empreendimentos hidroenergéticos que tem potência outorgada em 3,2 mil megawatts (MW). Deste total, são 61 CGH (2,42%); PCH com 82 centrais (36,48%) e 14 usinas que representam 61,% da matriz energética.