No acumulado em 12 meses registraram saldo de 1.564.257 vagas formais de trabalho
O Brasil abriu 180.395 vagas de emprego formal em janeiro deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado decorreu de 2.067.817 admissões e de 1.887.422 desligamentos.
O estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, em janeiro de 2023 contabilizou 45.697.670 vínculos. O que representa uma variação positiva de 0,39% em relação ao estoque do mês anterior.
No acumulado em 12 meses foi registrado saldo de 1.564.257 empregos, decorrente de 23.422.419 admissões e de 21.858.162 desligamentos.
Segundo os dados, o resultado pouco mais que dobrou do registrado no mesmo mês de 2023. Ou seja, quando 90 mil empregos formais, em valores ajustados foram criados.
Os números
O salário médio de admissão em janeiro foi de R$ 2.118,32. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 69,23 no salário médio de admissão, uma variação positiva de 3,38%.
Segundo o levantamento, a remuneração da maioria das pessoas (89.523) foi entre um e um salário mínimo e meio (R$ 1.412 e R$ 2.118, respectivamente.
O setor de serviços foi o que mais contratou em janeiro (80.587 postos), seguido pela indústria geral (67.029 postos). Em especial a indústria de transformação (65.763 postos), em terceiro e quarto lugares, a construção (49.091 postos) e a agropecuária (21.900 postos) respectivamente.
O comércio, no entanto, registrou mais demissões no mês, com saldo de 38.212 postos de trabalho fechados. Sobre isso, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que é uma questão “natural” para o primeiro trimestre do ano.
Na escolaridade, a maioria possuía o ensino médio completo (113.623 postos). Quanto à cor, contrataram mais os pardos em janeiro, ocupando 167.160 postos de trabalho formal. Quanto a idade, o destaque foi para 18 a 24 anos, que ocuparam 89.523 postos.
Abismo entre gêneros
No recorte de gênero, do total de vagas de trabalho abertos, 134.697 ocupados por homens, enquanto 45.720 por mulheres.
Quanto aos salários de admissão, no entanto, os homens foram contratados para ganhar R$ 2.206,66, enquanto as mulheres R$ 1.990,00.
Embora reconheça a diferença na remuneração entre os gêneros, Luiz Marinho explicou que o CAGED coleta uma média salarial e não contabiliza as funções, principal bandeira para reduzir a discrepância entre homens e mulheres.
Segundo os dados da série histórica, a distância salarial na remuneração média entre gêneros está entre 10% e 11% a menos para mulheres.
A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2022, aponta uma diferença ainda maior: as mulheres estão ganhando 20% menos que os homens, e é uma constante nos últimos 15 anos.
Marinho também lembrou que lei da igualdade salarial, sancionada ano passado, obriga empresas a remunerar igualmente homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos, para acabar com essas discrepâncias.
O ministro destacou que antes da legislação sancionada, consultaram empresários e houve rodadas de seminários, consultas e diálogos para aparar arestas.
A lei também determina que as empresas enviem relatórios periódicos sobre os salários dentro de companhias com mais de 100 funcionários. Na semana passada, houve a primeira entrega dos documentos ao governo e algumas empresas acionaram a justiça alegando que seria inconstitucional ou haveria desrespeito à lei de proteção de dados.
Marinho pontuou que a autução só acontece caso constatem um processo de discriminação contra mulheres e que a situação também pode acontecer nos casos em que mulheres, na mesma função, ganhem mais que homens.
Ele reforçou que os empregadores não precisam ter “medo”, pois os auditores do trabalho e emprego não estão “à caça” de nenhuma empresa. O foco está em acabar com o processo de discriminação no mercado de trabalho.