Além dos bons resultados já obtidos na Olimpíada de Tóquio, o Brasil participa de outra competição muito importante: a Olimpíada Internacional de Física (IPhO). Assim, o vencedor da última edição foi Caio Augusto Cerqueira, de 17 anos, que garantiu a medalha de ouro com a melhor nota em participações de brasileiros.
O professor Airton Deppman, do Departamento de Física Experimental do Instituto de Física (IF) da USP, conta que o Brasil participa da IPhO há 20 anos e os resultados foram evoluindo durante esse período. Segundo Deppman, a competição também é uma oportunidade de transformar a vida dos estudantes. “Ao contrário do que se imagina, nem todos são de famílias de alta renda, existe uma mistura muito grande nas delegações brasileiras”, explica ao Jornal da Usp.
Dessa forma, a IPhO foi realizada remotamente em julho. Ao todo, participaram 380 estudantes de 76 países. De acordo com o professor, a avaliação do desempenho brasileiro não pode ser feita somente considerando o número de medalhas, mas está claro que o País evoluiu nesse aspecto ao longo dos anos.
Os melhores
Muitos desses estudantes acabam deixando o País para estudar no exterior. “As melhores universidades do mundo enviam pessoas para as olimpíadas para fazer propaganda dessas universidades”, conta Deppman. “As universidades brasileiras demoraram para dar esse passo, mas felizmente já estão começando”, acrescenta, ao dizer que as universidades estaduais de São Paulo passaram a aceitar medalhas em olimpíadas como forma de ingresso.
Portanto, abrir as portas das universidades nacionais para esses estudantes também é importante pela contribuição que eles podem dar para a sociedade com pesquisas e criação de empresas. Entretanto, para melhorar o resultado nas competições, Deppman destaca o estímulo à participação diversificando regiões, gênero e classe de renda, além de tornar o processo de seleção dos participantes mais amplo e transparente. “Isso leva a resultados melhores”, conclui.
Ft: JornalUSP