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De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou 7,9 milhões de metros cúbicos de óleo diesel. Deste total, 61% vieram dos russos.

Brasil terá dificuldade se parar de comprar diesel da Rússia, diz Abicom

Estados Unidos ameaçam retaliar com novas tarifas os países que importam diesel e derivados russos

O Brasil pode se ver em uma encruzilhada no comércio externo, diante das ameaças dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais aos países que importarem petróleo como diesel e seus derivados da Rússia.

De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou 7,9 milhões de metros cúbicos de óleo diesel. Deste total, 61% vieram dos russos.

O presidente-executivo da Abicom, Sérgio Araújo, disse que caso o governo brasileiro interrompa a compra da commodity do Kremlin, haverá dificuldade em encontrar fornecedores equivalentes para suprir a demanda.

“Com as sanções secundárias que estão sendo ameaçadas por Trump, caso avance e o Brasil tome a decisão de não importar mais óleo diesel da Rússia, teremos um impacto bastante significativo”, afirmou.

“O volume que o Brasil compra da Rússia não torna muito fácil encontrar fornecedores alternativos que possam trazer esse produto. Então, vamos ter dificuldade”, acrescentou.

Abicom

Conforme dados da Abicom, a Rússia concentra mais que o dobro (61%) da demanda brasileira por óleo diesel no mercado externo que o segundo colocado, os Estados Unidos (24%). Em seguida, aparecem como principais fontes de importação a Arábia Saudita (6%) e o Omã (3%).

“Teremos que verificar a possibilidade de parte do volume que deixará de comprado da Rússia vir do Golfo americano e das refinarias americanas. Além de verificar outros fornecedores, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Qatar. É um desafio”, concluiu Sérgio Araújo.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (4) que vão taxar a Índia substancialmente, depois da decisão do país de seguir importando petróleo russo. As tarifas que incidirão sobre os produtos indianos que entram no território americano são de 25%.

Em 14 de julho, Trump ameaçou taxar em 100% os países que continuarem negociando petróleo com a Rússia. A ofensiva faz parte de um plano da Casa Branca para isolar a Rússia economicamente. Ou seja, até que um acordo de paz “satisfatório” com a Ucrânia seja realizado.