Brasil ficou em 94º entre 180 países no Índice de Percepção da Corrupção, que avalia a integridade do setor público
O Brasil ficou em 94º lugar entre 180 países no ranking mundial do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2022, que mede como a integridade do setor público é vista internacionalmente e divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira (31).
O país aparece estagnado com 38 pontos em uma escala de zero a 100 pelo terceiro ano consecutivo. Ou seja, saindo da 96ª para a 94ª posição, já que outros países pioraram suas notas.
Por exemplo, países como Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia, receberam a mesma pontuação que o Brasil no índice. Enquanto que a Dinamarca ocupa o primeiro lugar, com 90 pontos, seguida de Finlândia e Nova Zelândia, ambas com 87 pontos.
Os países com os piores desempenhos são Somália em último lugar com 12 pontos, e Síria, em penúltimo lugar com 13 pontos.
Mas os 38 pontos alcançados pelo Brasil em 2022 estacionam o país abaixo da média global (43 pontos), da média regional para América Latina e Caribe (43 pontos), da média dos Brics (39 pontos) e distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) (66 pontos).
Ranking
Nos últimos 10 anos, o Brasil caiu 25 posições no IPC, saindo da 69ª para a 94ª colocação, tendo a pior avaliação registrada em 2018 e 2019, com 35 pontos, e o segundo pior desempenho em 2017, com 37 pontos:
- 2012: 43 pontos
- 2013: 42 pontos
- 2014: 43 pontos
- 2015: 38 pontos
- 2016: 40 pontos
- 2017: 37 pontos
- 2018 e 2019: 35 pontos
- 2020, 2021 e 2022: 38 pontos
A análise afirma se tratar de uma “década perdida” para o combate à corrupção no Brasil. “Esse resultado é reflexo direto do desmanche dos marcos legais e institucionais anticorrupção e das políticas de transparência que o Brasil levou décadas para construir. Junto disso, um processo de degradação sem precedentes do regime democrático”, diz a organização.
O IPC é elaborado desde 1995 e leva em consideração 13 pesquisas e avaliações de especialistas produzidas por instituições renomadas internacionalmente. No Brasil, portanto, foram usados dados do governo federal, do Congresso Nacional, do Judiciário e do Ministério Público.