Brasil precisa de investimentos, conclusão é de estudo da Cepal, divulgado pelo BNDES
Estudo da Cepal denominado Financiando o Big Push mostra que o Brasil precisa de investimentos: caminhos para destravar a transição social e ecológica no Brasil. Lançado nesta segunda-feira (5) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, aponta que, sem investimentos, não é possível transformar o modelo de desenvolvimento atual do país em um plano de desenvolvimento ecológico que privilegie uma economia de baixo carbono, a bioeconomia e a economia circular.
Em termos simples, o Big Push para a Sustentabilidade, representa uma abordagem para analisar a articulação e coordenação de medidas. Bem como políticas que alavanquem investimentos sustentáveis, nacionais e estrangeiros, visando produzir um ciclo virtuoso de crescimento econômico, gerador de emprego e renda, redutor de desigualdades e de brechas estruturais e promotor da sustentabilidade ambiental, social e econômica. A elaboração do estudo contou com apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES), da Alemanha.
A coordenadora do estudo, Camila Gramkow, oficial de Assuntos Econômicos da Cepal, disse que é preciso mobilizar investimentos complementares que sejam capazes de transformar o modelo de desenvolvimento em sustentabilidade. Contudo, o relatório indica, ainda, que a redução das emissões só será possível se houver um mix de investimentos; se houver coordenação de políticas amplamente entendidas, tendo o estado como grande coordenador; e com combinação correta de políticas para levar ao desenvolvimento econômico e ambiental.
Políticas explícitas
Camila afirmou que os benefícios socioeconômicos dos investimentos de baixo carbono não são automáticos nem espontâneos. Todavia requerem políticas explícitas e dedicadas, em especial políticas de desenvolvimento produtivo.
A representante da Cepal frisou que as principais economias do mundo, engloba as avançadas e emergentes. Além de as em desenvolvimento, que estão apostando em estratégias verdes de recuperação e de industrialização.
Em todos as ocorrências, há criação de veículos financeiros, sejam fundos ou programas. “O estado aloca especificamente recursos de curto, médio e longo prazo em uma trajetória previsível. Eles têm metas claras e explícitas”. O orçamento é previsível e existe uma estratégia de captação de recursos, além de haver múltiplas formas de aplicação. Isso significa que há uma diversidade de recursos.
Fundos
Para Camila, o Brasil tem instrumentos, como o Fundo Amazônia e o Fundo Clima. Entretanto, precisam ser fortalecidos e impulsionados para conseguir mobilizar os financiamentos necessários. Estudos indicam que o Brasil precisa investir mais de R$ 500 bilhões anualmente para cumprir suas metas.
O relatório da Cepal propõe a criação de um órgão que exerça o papel de estado coordenador, chamado de Secretaria Especial de Enfrentamento à Mudança do Clima, vinculado à Presidência da República. Desse modo, cuidaria do desenvolvimento da taxonomia [ciência ou técnica de classificação] dos investimentos verdes, com transparência do que é verde de forma mensurável. Além do credenciamento das certificadoras para designar que investimento é verde e apto a acessar incentivos e subsídios, por exemplo.
Fonte: Agência Brasil