Um estudo da Anatel aponta que a evolução das habilidades digitais da população brasileira está abaixo do ideal
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgou um estudo apontando que a evolução das habilidades digitais da população brasileira está abaixo do ideal. Conforme o levantamento, apenas 29,9% dos brasileiros possuía um nível básico em 2023. Enquanto que 17,9% apresentam um nível intermediário e 4,2% são considerados avançados. Isso significa que cerca de 48% da população do país não têm habilidades digitais básicas.
O que são habilidades digitais?
- Para avaliar as habilidades digitais da população considerados os conceitos recomendados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT);
- Esta lista de competências leva em conta funcionalidades compatíveis com o exigido no mercado de trabalho;
- consideradas habilidades digitais básicas: copiar ou mover um arquivo ou pasta, usar ferramentas de copiar e colar para duplicar ou mover informações dentro de um documento;
- enviar e-mails com arquivos anexados; bem como transferir arquivos entre um computador e outros dispositivos.
São intermediárias:
- instalar programas de computador ou aplicativos de celular; conectar ou instalar novos equipamentos com ou sem fio, como modem, impressora, câmera ou microfone;
- criar uma apresentação de slides; e usar fórmula em uma planilha de cálculo.
Já a habilidade avançada
- compreende criar programa de computador ou aplicativo de celular usando linguagem de programação.
Desigualdade no país
De acordo com estudo da Anatel, o aumento da população com habilidades digitais intermediárias entre 2022 e 2023, foi de apenas 0,5 pontos percentuais. Assim, o resultado fica abaixo do ritmo ideal, que prevê um avanço superior a 3 pontos percentuais ao ano.
Os dados fazem parte do acompanhamento do governo brasileiro de um dos objetivos previstos no Plano Estratégico da Agência, que tem como meta alcançar 30% de jovens e adultos com habilidades digitais intermediárias até 2027.
O levantamento observa que o Nordeste apresenta as menores proporções de população com habilidades digitais em todos os níveis: básicas (19,8%), intermediárias (12%) e avançadas (2,7%). Os melhores índices são do Sudeste: básicas (36,5%), intermediárias (21,5%) e avançadas (5,6%).
A população que reside na área rural possui, proporcionalmente, menos habilidades que a população da área urbana. Para o nível intermediário, a diferença da área urbana para a rural é de 7,5 pontos percentuais com a área rural alcançando apenas 11,3% de pessoas.
Quanto maior o grau de instrução, classe social e nível de renda, observa-se também níveis mais altos de habilidades digitais. Mais um exemplo da desigualdade no Brasil.
No documento, fazem recomendações para melhorar os resultados atuais e garantir o desenvolvimento das habilidades no Brasil. São ações que priorizam os grupos com menores índices.
Entre elas, aumentar a alfabetização digital no país. A implementação de políticas públicas que contribuam para posicionar o Brasil como um dos líderes digitais no mundo também foi sugerida.