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Dados recentes apontam sobre intolerância, as queixas de xenofobia aumentaram 142%, evidenciando um cenário preocupante .

Brasileiros sofrem com xenofobia e violência física em Portugal

Dados recentes apontam sobre intolerância, as queixas de xenofobia aumentaram 142%, evidenciando um cenário preocupante para quem busca uma vida melhor fora do Brasil

O número de brasileiros vivendo em Portugal tem crescido significativamente nos últimos anos, chegando a cerca de 360 mil residentes no país europeu. Junto com o aumento da presença brasileira, também cresceram os relatos de discriminação, racismo e xenofobia.

A herança colonial portuguesa, somada as questões como o preconceito linguístico, o racismo estrutural e a misoginia, tem contribuído para um ambiente cada vez ainda mais hostil para muitos imigrantes. Assim, brasileiros relatam que frequentemente são tratados como cidadãos de segunda classe em Portugal, mesmo quando já estão legalmente estabelecidos no país há anos.

“Só descobri o que é ser uma pessoa racializada aqui”

A brasileira Priscila Valadão vive há 10 anos em Portugal e compartilhou sua experiência pessoal, revelando a intensidade do preconceito enfrentado. de acordo com ela, os episódios de agressão verbal e física são mais comuns do que se imagina. “Já me chamaram de macaca, de puta, e disseram que minha certidão de naturalização é de plástico”, relatou.

Em outro momento, enquanto caminhava pelas ruas portuguesas e falava com seu sotaque brasileiro, um homem português  a abordou de forma violenta. “Ele gritou ‘volta para sua terra’ e me agrediu com uma bengala”, contou. A violência e a hostilidade marcaram sua trajetória como imigrante no país que escolheu para viver, trabalhar e criar seus filhos. “Não me sinto em casa. Percebi que não faço parte daqui”, completou.

Raízes históricas e desafios atuais

A relação histórica entre Brasil e Portugal, marcada pela colonização, ainda carrega resquícios de hierarquias e preconceitos. Em muitos casos, os brasileiros são associados a estereótipos negativos, frequentemente alvos de discriminação. Isto é, mesmo entre aqueles que contribuem economicamente e culturalmente para o país.

Além do preconceito racial, mulheres brasileiras relatam episódios recorrentes de misoginia e hiperssexualização, o que agrava ainda mais a experiência de viver fora do Brasil. A combinação de xenofobia, racismo e machismo forma uma realidade de múltiplas opressões para muitas imigrantes.