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A Câmara dos Deputados promove nova audiência pública na próxima terça-feira (27) sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde - Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

Câmara dos Deputados discute cancelamentos unilaterais de planos de saúde

Debate de planos de saúde acontecerá na Câmara dos Deputados na próxima terça (27)

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promove nova audiência pública na próxima terça-feira (27) sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde. O debate atende a pedido dos deputados Leo Prates (PDT-BA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Fernanda Pessoa (União Brasil-CE). A reunião será a partir das 17 horas, no plenário 7.

Em junho, representantes de pessoas com deficiência se reuniram na Câmara e pediram uma solução definitiva para os cancelamentos unilaterais, pelas operadoras, de planos de saúde de pessoas com deficiência e com doenças graves.

Esses cancelamentos atingem os planos de saúde coletivos por adesão, quando a contratação feita por sindicatos, associações e cooperativas para seus associados e dependentes. Isso porque os planos do tipo individual ou familiar só podem ser cancelados pela operadora se houver fraude ou inadimplência.

“O direito de a operadora rescindir os contratos e cancelar os planos tem que ter limites estabelecidos pela legislação”, afirma o deputado Leo Prates.

Plano falso coletivo

“O grande problema que a ANS não enfrenta de forma adequada é o chamado ‘plano falso coletivo'”, critica o deputado Eduardo da Fonte. “Nesses casos, a operadora, em vez de celebrar contrato com um consumidor individual vale-se de associações fictícias. Ou seja, faz isso para ter maior liberdade para reajustar as mensalidades e poder cancelar unilateralmente o contrato.”

“Nos planos coletivos por adesão, os reajustes não são regulados pela ANS. Aliás, ignoram as proteções da Lei dos Planos de Saúde”, acrescenta o deputado.

Em 2009, contudo, a ANS aprovou nova resolução (Resolução Normativa 195/09) para coibir o plano falso coletivo. Assim, passou a exigir comprovação do vínculo associativo. A medida, segundo Eduardo da Fonte, não foi suficiente.

“Primeiro, porque a regra da obrigatoriedade de vínculo entre a pessoa contratante e a suposta associação só é exigível a partir da resolução de 2009”, lamenta. “Segundo, porque a resolução transfere a responsabilidade de fiscalizar o plano falso coletivo para as operadoras, que não tem o menor interesse em coibir esta prática”, acrescenta.

Fiscalização do Legislativo

A deputada Alice Portugal cobra a atuação do Parlamento. “É dever do Poder Legislativo zelar pelo cumprimento da legislação que rege o setor de saúde suplementar e defender as milhões de famílias que sofrem constantes abusos nos momentos em que mais precisam do apoio do plano de saúde pelo qual pagam mensalidades escorchantes.”

Já a deputada Fernanda Pessoa quer esclarecimentos sobre os cancelamentos dos planos de saúde das pessoas com espectro autista e com doenças raras.