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Career Catfishing: Tendências e comportamentos da Geração Z, balançam o mercado de trabalho e preocupa líderes - Foto: Arquivo/unsplash

CAREER CATFISHING: confira tendência da Geração Z no mercado de trabalho

Career Catfishing: Tendências e comportamentos dos jovens profissionais balança o mercado de trabalho e preocupa líderes

A Geração Z está transformando o ambiente de trabalho com práticas que desafiam padrões tradicionais. Depois da ascensão da “demissão por vingança” e das “férias silenciosas”, duas novas tendências vêm preocupando as lideranças: o “career catfishing” e o “office ghosting”.

Enquanto a primeira se refere a candidatos que aceitam uma oferta de emprego e não aparecem no primeiro dia, a segunda acontece quando funcionários alegam estar no escritório, mas raramente aparecem.

Por que o “career catfishing” está em ascensão entre a Geração Z?

Há alguns anos, o termo “catfishing” ficou conhecido por se referir a pessoas que fingiam ser alguém diferente na internet, um fenômeno comum no mundo dos relacionamentos e das redes sociais. No mercado de trabalho, o “career catfishing” ocorre quando candidatos distorcem ou fornecem informações falsas para vagas de emprego e ainda não aparecem no primeiro dia após aceitar o trabalho.

Muitos recrutadores também são culpados dessa prática enganosa, fornecendo descrições falsas e pintando um cenário idealizado do trabalho.  O que causa um “choque de realidade” nos jovens profissionais já no primeiro dia.

O fenômeno reflete frustrações crescentes da nova geração de profissionais, sendo encarado como uma tentativa da Geração Z de ter mais controle sobre suas carreiras, além de evidenciar um distanciamento crescente entre jovens profissionais e grandes corporações.

Estudo Owl Labs

Um estudo da Owl Labs, que entrevistou 2.000 profissionais nos Estados Unidos, revelou alguns dados que podem explicar o comportamento da Geração Z.

Jovens lideram a tendência de expor insatisfações profissionais nas redes sociais: 48% afirmaram que já fizeram publicações ou comentários negativos sobre seus empregos ou empregadores online;
1 em cada 5 profissionais se recusa a assumir tarefas fora da descrição do seu cargo;
20% não respondem a mensagens da empresa fora do expediente.

O que está impulsionando o “office ghosting”?

Além do “career catfishing”, o fenômeno do “office ghosting” ganhou força entre a Geração Z. A tendência surge após o endurecimento das políticas de retorno ao trabalho presencial, que intensificou a disputa entre empregadores e funcionários. Novas práticas corporativas estão gerando insatisfação dos jovens, como a chamada “hierarquia híbrida” — em que profissionais em cargos mais altos desfrutam de horários flexíveis e home office enquanto outros funcionários obrigados a comparecer presencialmente.

As empresas também praticam o “office ghosting” quando divulgam vagas falsas ou mantêm anúncios de empregos já preenchido, frustrando candidatos e prejudicando sua credibilidade. Peter Duris, CEO da Kickresume, explica como os candidatos podem identificar essas armadilhas. “As plataformas de emprego são ótimas para ver quem está contratando, mas algumas empresas publicam vagas que não pretendem preencher — ou que sequer existem.”

Segundo ele, muitas empresas postam essas “vagas fantasmas” por pura formalidade, mesmo depois que o candidato ideal já ser selecionado. O especialista sugere algumas formas de reconhecer vagas enganosas.

Se uma vaga não possui data de publicação ou postada há meses, vale a pena ser cauteloso. Pois a maioria das contratações ocorre mais rapidamente;

Caso o anúncio apareça em sites de busca de emprego, mas não no site oficial da empresa, pode ser um sinal de que a vaga não é real;

O candidato deve entrar em contato diretamente com a empresa, para confirmar se a vaga ainda está aberta.

O impacto das novas tendências da Geração Z

A Geração Z tem uma visão diferente do trabalho em comparação às gerações anteriores. Esses jovens não se sentem obrigados a seguir os mesmos caminhos profissionais. Assim, rejeitam métodos tradicionais de profissionalismo no ambiente corporativo.

Andrew Roth, fundador e CEO da dcdx, plataforma de pesquisa especializada na Geração Z, afirma que as tendências não significam que os jovens não se importam com regras e profissionalismo. Mas, querem ser tratados com o mesmo respeito que oferecem aos empregadores. “Liderança, cultura e o ambiente de trabalho agora são construídos de forma colaborativa, com um equilíbrio entre as diferentes forças dentro da organização. Ou seja, não apenas com uma abordagem de cima para baixo.”

Embora a Geração Z busque mais flexibilidade e respeito no ambiente corporativo, as práticas como “career catfishing” e “office ghosting” podem comprometer a construção de relações profissionais saudáveis. Por isso, o desafio para empresas e profissionais está em equilibrar inovação e confiabilidade para um mercado de trabalho mais sustentável.