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O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu nesta segunda-feira (16), o voto de confiança do Parlamento de seu país - Foto: Wikipedia/CC

Chanceler Olaf Scholz perde voto de confiança na Alemanha

Alemanha atravessa crise política desde que o chanceler Olaf Scholz demitiu ministro das Finanças e perder maioria no Parlamento, em novembro

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu nesta segunda-feira (16), o voto de confiança do Parlamento de seu país. O resultado, já esperado, consolida o colapso do governo Scholz e abre caminho para que as eleições alemãs aconteçam de forma antecipada em fevereiro de 2025.

Um total de 394 deputados votaram para dissolver o governo atual, contra 207 que votaram pela manutenção de Scholz, enquanto 116 se abstiveram. Uma moção de confiança foi votada quando parlamentares sentem a necessidade de reavaliar o governo, no caso de países parlamentaristas ou semiparlamentaristas.

Com a aprovação, caberá ao presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, decidir se dissolve a Câmara dos deputados, chamada de Bundestag, que tem 736 assentos. Steinmeier tem 21 dias para tomar uma decisão. Caso a dissolução do Parlamento aconteça, uma nova eleição ocorrerá em até 60 dias. Aliás, é o próprio presidente quem marca o dia do pleito, segundo a lei eleitoral alemã.

Mesmo derrotado na moção de confiança, Scholz permanecerá no cargo até a constituição do novo Parlamento a partir da eleição.

Alemanha não votava uma moção de confiança desde 2005

O colapso do governo Scholz marca um momento incomum para a Alemanha. Esta será apenas a quarta eleição antecipada nos 75 anos desde a fundação do estado moderno alemão.

A queda governo na maior economia da União Europeia ocorre em um momento de tensões elevadas com a Rússia por conta da guerra na Ucrânia. Assim, segue a tendência de outros países do bloco, como a França.

A Alemanha não votava uma moção de confiança desde 2005, quando o então chanceler Gerhard Schröder convocou e perdeu o voto.

À época, o voto como parte de uma estratégia para antecipar eleições, vencidas por uma margem estreita pela desafiante de centro-direita Angela Merkel.

As pesquisas mostram que o partido de Scholz, os Social-Democratas, que ocupam 207 assentos no Bundestag, está atrás do bloco de centro-direita da União, liderado pelo opositor Friedrich Merz. O vice-chanceler Robert Habeck, cujos Verdes estão ainda mais atrás nas pesquisas, também está concorrendo ao cargo de chanceler.

A alternativa para a Alemanha, partido de extrema-direita que está com boa colocação nas pesquisas, nomeou Alice Weidel como sua candidata a chanceler. Mas não tem chances de assumir o cargo, pois os outros partidos se recusam a trabalhar com ela.

Crise política

A Alemanha embarcou em novembro em uma grave crise política, quando Scholz demitiu seu ministro das Finanças. O político liberal foi destituído do cargo após discordâncias sobre a política econômica.

O governo de Olaf Scholz traz uma coalizão entre social-democratas, ecologistas e liberais. Após a demissão, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal.

O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, já havia dito que poderia convocar eleições antecipada. Na Alemanha, que tem regime parlamentar, o chanceler é o chefe de governo, e o presidente tem funções protocolares.