Conab: Projeção atual representa redução de 17,7 milhões de toneladas
A Conab estima que a colheita de grãos na safra 2023/2024, seja 6% inferior ao volume colhido no período anterior. A previsão consta do 5º Levantamento da Safra de Grãos que a estatal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar divulgou nesta quinta-feira (8).
Segundo os técnicos da companhia, na safra atual, os produtores rurais devem colher em torno de 299,8 milhões de toneladas de grãos. Na safra 2022/2023, alcançaram 319,8 milhões de toneladas.
A atual projeção representa uma redução de 17,7 milhões de toneladas em relação à estimativa inicial da companhia, divulgada em outubro do ano passado. Em seu primeiro levantamento sobre a atual safra, a Conab indicou a possibilidade da produção alcançar 317,5 milhões de toneladas – volume que, mesmo que atingido, representaria um ligeiro decréscimo em comparação ao resultado efetivo anterior.
Reflexos do El Niño
De acordo com a companhia, as variações climáticas afetaram negativamente as lavouras nas principais regiões produtoras. Como no Centro-Oeste, Sudeste e na área conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), principalmente as de soja e milho.
Portanto, a estimativa que a produção de soja atinja 149,4 milhões de toneladas – resultado que, se confirmado, 3,4% inferior ao volume obtido no ciclo 2022/23 e 7,8% menor que as 162 milhões de toneladas que a Conab estimava no início da atual safra. As exportações da oleaginosa também devem reduzir em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas.
A estatal também atualizou a expectativa quanto à colheita de milho, que não deve ultrapassar 113,7 milhões de toneladas. As vendas de milho ao mercado internacional também passarão por ajustes em 3 milhões de toneladas. Com isso, os embarques do cereal devem chegar a 32 milhões de toneladas, enquanto a demanda doméstica está estimada em 84,1 milhões de toneladas
Adversidades climáticas, como ondas de calor e a má distribuição das chuvas, também devem prejudicar a produção de feijão. Ou seja, deve resultar em uma produção de 2,97 milhões de toneladas de feijão no país.
Embora tenham chegado a afetar a lavoura do arroz, os reflexos do El Niño não gerou perdas até o momento nesta safra. A produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas, 7,6% acima da produção da safra anterior. Alta também para o algodão. A estimativa, no entanto, é que o país estabeleça um novo recorde para a produção da pluma, chegando a 3,3 milhões de toneladas. O preço da commodity e as perspectivas de comercialização refletiram no aumento de área de plantio, que apresenta crescimento de 12,8% sobre a safra 2022/23.
Recuperação na safra de trigo
As primeiras estimativas para as culturas de inverno apontam para uma recuperação na safra de trigo, estimada em 10,2 milhões de toneladas. O plantio do cereal tem início a partir de fevereiro no Centro-Oeste, e ganhará força em meados de abril, no Paraná, e em maio, no Rio Grande do Sul, estados que representam 82,7% da produção tritícola do país.
No caso do algodão, o estoque final do produto teve um reajuste para 2,28 milhões de toneladas. Uma vez que o consumo interno se manteve em 730 mil toneladas e as exportações estão estimadas em aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.
Fonte: Agência Brasil