Dose desse medicamento quase sempre precisa ser alta para que ele chegue ao destino final
Sabe quando você joga bola, dá uma trombada e sai com o ombro doendo? Chega em casa e uma das primeiras coisas que faz é tomar um anti-inflamatório. Eu sei que é errado, mas é o que a maioria das pessoas faz.
A questão é, normalmente, que esse remédio vem na forma de cápsula ou comprimido e só vai chegar ao seu ombro (à área machucada) depois de passar pela corrente sanguínea – o que demora um tempo.
Outra dificuldade nessa equação é que a dose desse medicamento quase sempre precisa ser alta – para que ele chegue ao destino finalem certa quantidade. E quanto maior a dose, maior a probabilidade de o remédio causar efeitos secundários indesejados.
Tudo isso já é de conhecimento geral e os médicos, os químicos e os farmacêuticos lidam muito bem com esse esquema atual. Mas e se os cientistas criassem uma forma mais eficiente de tratamento? Algo que pudesse atuar diretamente no foco, podendo até mesmo diminuir as dosagens?
Você pode ter pensado aí nos sprays, que são, de fato eficientes. Mas a proposta desse grupo de especialistas suíços é ainda mais ambiciosa. Eles acabaram de publicar um artigo sobre fibras têxteis que podem carregar os medicamentos em seu interior.
Um tecido médico
Essas fibras podem ser utilizadas em suturas ou bandagens, ou mesmo implantadas sozinhas. E, segundo os cientistas, ela suporta praticamente todos os remédios em sua forma líquida.
Estamos falando em antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e até mesmo insulina. Esses filamentos são ocos justamente para que o remédio seja inserido no meio.
As fibras são fabricadas em um processo conhecido como fiação por fusão e são compostas por um polímero biocompatível e biodegradável denominado policaprolactona (que já é utilizado em outras aplicações médicas). A ideia é que o corpo do paciente consiga absorver o material.
Outro ponto interessante é que os médicos poderão escolher a dosagem e o tempo de administração do medicamento, de acordo com a espessura do tecido.
Um fio mais grosso terá mais remédio dentro dele e demorará mais tempo para se dissolver totalmente. Ao mesmo tempo em que um fio mais fino funcionará melhor para tratamentos mais imediatos
Próximos passos
Os pesquisadores querem agora aplicar a teoria na prática. O primeiro uso real da tecnologia provavelmente será em suturas junto a antibióticos, para uso em feridas externas e internas.
Ao mesmo tempo, os cientistas suíços tentam mostrar que a invenção deles não é cara e pode ter fabricação em escala industrial.