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Consumo de etanol hidratado no Brasil, começou reagir neste ano, após meses de preços na bomba bem abaixo da paridade em relação à gasolina

Consumo de etanol no Brasil começa a reagir

Consumo de etanol e o volume de vendas do biocombustível começou a subir a partir de janeiro

O consumo de etanol hidratado começou a reagir neste ano após meses de preços na bomba bem abaixo da paridade em relação à gasolina. Segundo executivos do ramo e dados recentes da indústria, as vendas iniciaram trajetória de alta em janeiro, o que já tirou os preços dos patamares mais baixos a que chegaram no fim do ano.

A São Martinho também começou o quarto trimestre mais estocada: a empresa tinha 40% da produção de seu Açúcar Total Recuperável (ATR) armazenada, conforme informou Felipe Vicchiato, diretor financeiro, em teleconferência.

Entre agosto e dezembro do ano passado, as vendas mensais de hidratado no país, no entanto, oscilaram entre 1,6 bilhão de litros e 1,8 bilhão de litros. Esse nível ainda está abaixo dos patamares pré-pandemia e abaixo inclusive de dezembro de 2020. Ou seja, quando a correlação estava acima da paridade de 70% e desfavorável ao etanol.

A situação virou com a mudança de ano. A venda de hidratado do Centro-Sul na primeira quinzena de janeiro quase o dobro de um ano antes. No mês, o volume total de etanol vendido (anidro e hidratado, dentro e fora do país) bateu 3 bilhões de litros, o maior volume desde outubro de 2020.

Demanda deverá permanecer elevada por um período

Mas a reação do consumo tardou. O etanol hidratado vendido nos postos de São Paulo vem oscilando em torno de 60% do preço da gasolina desde agosto, 10 pontos abaixo da paridade de 70%. A correlação foi ainda de 61,7% na primeira semana de fevereiro.

Segundo Vicchiato, a reação demorou porque a gasolina também caiu recentemente, o que segurou a preferência dos motoristas pelo combustível fóssil. “Tem uma inércia até o consumidor virar a chave e consumir mais etanol do que gasolina. Mas nos últimos 30 dias, melhorou bem”, disse

Para a Jalles Machado, “a demanda deverá permanecer elevada por um período significativamente maior até o equilíbrio do mercado”. Rodrigo Siqueira, diretor financeiro da empresa, disse em teleconferência que conta com uma queda na produção de etanol do Centro-Sul na próxima safra.