Análise faz parte da maior pesquisa já realizada sobre a relação entre estresse cotidiano e traços de personalidade
Um novo estudo de quase duas décadas revelou que a forma como lidamos com o estresse diário pode influenciar profundamente nossa personalidade, tornando-nos mais agradável.
Publicada na revista Psychology and Aging, a pesquisa acompanhou mais de 2.000 pessoas da meia-idade à velhice e mostrou que aqueles que desenvolvem estratégias eficazes para enfrentar os desafios do dia a dia com menos estresse tendem a se tornar mais extrovertidos, agradáveis e abertos a novas experiências com o passar dos anos.
Por outro lado, quem lida mal com o estresse tende a apresentar mudanças negativas: tornam-se mais introvertidos, hostis e fechados a novidades.
A análise é resultado do maior e mais longo estudo já realizado sobre a relação entre estresse cotidiano e traços de personalidade.
Como ocorreu o estudo?
Ao longo de 18 anos, os participantes registraram em diários, por três períodos diferentes, como enfrentaram diversos tipos de estressores e como se sentiam emocionalmente em relação a eles. Os dados foram cruzados com as mudanças em seus traços de personalidade relatados nesses momentos.
É possível mudar a personalidade?
Além disso, a pesquisa traz um recado: é possível transformar a própria personalidade com o tempo, a partir de pequenas mudanças no dia a dia.
Traços como extroversão e abertura estão associados a maior bem-estar e satisfação com a vida. Por isso, os autores esperam que o estudo incentive mais pessoas a refletirem sobre sua forma de reagir ao estresse e buscarem estratégias mais saudáveis de enfrentamento.
Dicas para controlar o estresse
Especialistas recomendam a introdução de atividade física regular para o gerenciamento de estresse. Aliás, um dekez diz que o sedentarismo é um “vilão”.
A psicóloga Liliana Seguer pontua que, simplesmente, sair para caminhar pode ajudar muito no gerenciamento do estresse. Mas faz uma recomendação especial para essa caminhada.
“É preciso estar presente na situação, sentindo os passos, as cores, o verde das árvores se for em um parque. Só de a pessoa subir as escadas, ou caminhar até a esquina respirando e prestando atenção, já ajuda muito. Ficar ruminando os pensamentos não vai ajudar a relaxar e pode ser, inclusive, uma situação que aumenta a raiva e a ansiedade”, explica Seger.