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As bolsas dos EUA operam mistas em dia de apagão cibernético global, mas o corte do governo é insuficiente para atingir a meta fiscal zero

Corte do governo é insuficiente para atingir meta fiscal zero em 2024, diz analista

Redução de despesa discricionária

As bolsas dos EUA operam mistas em dia de apagão cibernético global, mas o corte do governo é insuficiente para atingir a meta fiscal zero em 2024. Tiago Sbardelotto, economista da XP, que participou do Morning Call da XP, disse que o bloqueio de gastos é um reconhecimento do governo de que o tamanho da despesa obrigatória é maior do que se projetava, exigindo reduzir a parcela da despesa discricionária.

“Então, o governo faz esse bloqueio das despesas discricionárias. Nesse caso, o tamanho da despesa não muda”, explicou.

“Em termos de tamanho, consideramos que foi um sinal bastante positivo, especialmente no que tange ao bloqueio”, afirmou.

Medidas de redução de despesas

A estimativa da XP é de que seja necessário ter um bloqueio em torno de R$ 16 bilhões até o final do ano. “O governo anuncio R$ 11,2 bilhões, que já é um grande passo. Ajuda bastante. Porque fazer o bloqueio adicional de R$ 6 bilhões é mais fácil”, ressaltou.

Segundo o economista, o governo ganha tempo até para implementar algumas medidas de revisão de despesas para reduzir a pressão de gastos até o fim de 2024. “Ele pode, eventualmente, não precisar bloquear tanto, ou bloquear menos até o final do ano”, destacou.

“Com relação ao contingenciamento, de R$ 3,8 bilhões, aí vemos de fato uma insuficiência”, afirmou.

Contingenciamento de R$ 25 bi

De acordo com cálculos da XP, seria necessário, considerando já o volume de recursos que não é gasto no ano pela dificuldade técnica ou burocrática, o contingenciamento em torno de R$ 25 a 26 bilhões.

“Nossa avaliação é que o governo continua com premissas de arrecadação, como algumas medidas aprovadas no final do ano passado. Aliás, que até agora não trouxeram resultado relevante”, disse.

Existe a possibilidade de o governo antecipar algumas medidas que estão sendo discutidas para o Orçamento de 2025, principalmente no que tange à revisão de benefícios.

Para Tiago Sbardelotto, isso já traria alguma economia esse ano, mas o maior impacto seria em 2025. O economista lembrou, no entanto, que muitas das medidas podem ter de passar pelo Congresso, o que exigiria mais tempo para adoção.