Pesquisa constatou que 96% das crianças brasileiras usam aparelhos eletrônicos
Os pais e responsáveis aqui no Brasil são os mais preocupados com a vida digital de seus filhos. Não à toa, já que as crianças brasileiras, e até os adolescentes do país são os que mais utilizam aparelhos eletrônicos no mundo, segundo levantamento da McAfee.
O estudo coletou respostas de 15 mil pessoas em dez países para encontrar respostas sobre a relação do público infanto juvenil com a internet e o uso de redes sociais digitais, levantando temas como privacidade; que reverberam para outros, como cyberbullying, prática de violência realizada em ambientes on-line.
De acordo com a pesquisa, o percentual de uso de smartphone pelo público mais jovem no Brasil está na faixa de 96%; ou seja, bem acima da média mundial. E contudo, na medida em que os jovens passam cada vez mais tempo no mundo virtual, a preocupação dos pais também aumenta.
Dentre os entrevistados, 71% afirmaram que ficam preocupados com a atividade dos filhos on-line e 39% contaram que ficam “muito preocupados”. A sondagem da McAfee também revela que as tensões entre pais e filhos brasileiros, via de regra, ocorrem por causa do tempo que os menores dispensam ao uso de smartphones.
Durante as entrevistas, foram então apresentados quatro tópicos principais; maturidade digital desse público, a função dos pais como protetores, as questões concernentes às ações desconhecidas deles no ambiente on-line e, ainda, a apreensão com relação à proteção de gênero.
A análise demonstra que, paralela à preocupação de pais e responsáveis com relação ao que os filhos acessam, a preocupação das crianças e adolescentes é exatamente a inversa; apagar as pegadas digitais. Mais da metade (59%) das crianças e adolescentes limpam históricos e excluem vestígios de suas ações no mundo virtual.
Especialista comenta
Na visão da Dra. Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita, diretora de Inovação da Class Net; empresa que atua com treinamentos e educação digital; o excesso de exposição em telas deriva da ignorância dos pais e escolas em colocar limites na utilização de eletrônicos; e além disso em não estabelecer regras claras de conveniência digital.
“O jovem está ansioso, nervoso e pressionado pelas redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens; pois são os que mais apontam seus erros e imperfeições do que os acertos”, diz ela.