A iniciativa da câmara setorial é do deputado Wilson Santos (PSD). Ele defende o crescimento do setor da apicultura, estimulando com isso o desenvolvimento econômico
A Câmara Setorial Temática (CST) da Apicultura Profissional e Recreativa realizou a terceira reunião ordinária. A CST irá realizar o diagnóstico da cadeia produtiva e discutir políticas públicas de incentivo à apicultura no estado.
Na pauta da 3ª reunião, o professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Evandson José dos Anjos falou sobre as abelhas e a bioeconomia. Segundo ele, um dado curioso informado aos participantes presenciais e virtuais que 99% das diversas espécies de abelhas já foram extintas.
Em Mato Grosso, de acordo com o presidente da CST, José Lacerda, a apicultura é uma atividade econômica que ainda não tem assessoria técnica e financeira, e conta com problemas para comercialização dos produtos. Lacerda afirmou que a proposta é de fortalecer a parceria com o governo do estado e com os municípios brasileiros.
O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e secretário da CST, Afonso Lodovico Sinkoc, afirmou que o governo estadual deve voltar os olhos à apicultura através de políticas públicas e depois transformá-las em políticas de Estado.
Segundo ele, as abelhas são fundamentais na polinização das plantas e, com isso, gera o aumento da produtividade econômica mato-grossense.
O apicultor nos municípios de Itiquira e Chapada dos Guimarães, Willian Ambrósio de Oliveira, afirmou que o estado não oferece política pública para os produtores de mel em Mato Grosso. Ele disse, ainda, que a produção é vendida a amigos.
Estado mato-grossense ocupa atualmente o 14º lugar na produção de mel no país
O presidente da Associação dos Apicultores do Vale do São Lourenço, Mauro Luiz Bogado, disse que o segmento enfrenta dificuldades para manter os apicultores em atividade. Além disso, o governo ofereece apoio por meio de políticas públicas para o setor. “Mas apesar de tudo isso, os apicultores fazem um trabalho de beneficiamento do mel no município de Jaciara. A gente está buscando a regularização do nosso projeto para oferecer à sociedade um produto certificado”, disse Bogado.
De acordo com dados da UFMT, o estado mato-grossense ocupa atualmente o 14º lugar na produção de mel no país. A produção anual chega a 466 toneladas, esse número mostra que o estado explora apenas 0,3% do potencial apícola que possui.
A pesquisa mostra ainda que, em Mato Grosso, uma colmeia produz em média 30 quilos de mel por ano. Na região do Pantanal, a produção quase duplica, atingindo uma média de 50 quilos de mel/ano. Ou seja, todo mel produzido no estado consumido no mercado interno. Para suprir a alta demanda, Mato Grosso importa de outros estados, principalmente das regiões Sul e Sudeste.
Vale lembrar que a produção de mel no Brasil teve alta de 9,5% no ano passado, chegando ao recorde de 61 mil toneladas. O estado que mais produz é o Rio Grande do Sul, com 9 mil toneladas (14,8%), seguido de Paraná (14,2%) e Piauí (13,7%).
Fonte: Ascom ALMT