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Famílias das crianças que morreram querem que o TikTok se responsabilize por incentivar desafios perigosos em sua plataforma

TikTok enfrenta processo por desafio que teria causado morte de crianças

Duas crianças teriam morrido por tentar cumprir o “desafio do apagão”, no TikTok

As famílias de duas crianças que morreram supostamente enquanto tentavam cumprir um desafio do TikTok, o “desafio do apagão”, entraram com processo contra a plataforma nos Estados Unidos. Elas alegam que os algoritmos “perigosos” da rede social foram responsáveis pela morte dos filhos.

O caso foi registrado no condado de Los Angeles, na Califórnia, na última terça (5). Ambas as famílias são representadas pelo SMVLC (Social Media Victims Law Center), um escritório de advocacia que atende pais de crianças prejudicadas por vício e abuso de redes sociais.

“O TikTok precisa assumir responsabilidade por enviar conteúdo mortal para essas duas jovens”, diz Matthew P. Bergman, advogado-fundador do SMVLC, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. “O TikTok investiu bilhões de dólares para projetar intencionalmente produtos que empurram conteúdo que ele sabe que é perigoso e resulta na morte dos seus usuários.”

O “desafio do apagão” tornou-se bastante popular no TikTok em 2021. Basicamente, o desafio consiste em incentivar os participantes a prenderem a respiração até desmaiar. Além disso, em abril do mesmo ano, uma criança na Itália também morreu ao tentar cumprir a atividade.

As vítimas

Uma das vítimas, Lalani Erika Renee Walton, 8, de Temple (Texas), é descrita no processo como “uma jovem extremamente doce e extrovertida”. E que “adorava vestir-se de princesa e brincar com maquiagem”. Ela morreu em 15 de julho de 2021 no que a polícia local disse ter sido “um resultado direto da tentativa do ‘desafio do apagão’ do TikTok”, de acordo com a denúncia no caso.

Lalani ganhou um smartphone em abril de 2021 e “rapidamente se tornou viciada em assistir a vídeos no TikTok”. Assim como no dia de sua morte, em que ela passou horas em uma viagem familiar vendo clipes na plataforma, incluindo publicações do desafio.

“Ela também acreditava que, se publicasse um vídeo de si mesma fazendo o desafio do apagão, se tornaria famosa no TikTok e então decidiu tentar”, relata a denúncia.

Arriani Jaileen Arroyo, 9, de Milwaukee (Wisconsin), é a outra vítima mencionada no processo. Ela ganhou um telefone aos 7 anos e então “gradualmente tornou-se obsessiva” com o TikTok, publicando diariamente vídeos de dança.

Em janeiro de 2021, após um alerta na família, Arriani assegurou seus pais que nunca participaria de desafios perigosos. Um mês depois, no entanto, o seu irmão de cinco anos a encontrou o seu corpo, já morta.