Até mesmo médicos especialistas no assunto podem ter dificuldades de diagnosticar a distimia em um paciente
A distimia, ou transtorno depressivo persistente, é uma forma crônica de depressão e pode surgir na infância ou na adolescência, antes dos 21 anos de idade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a distimia atinge aproximadamente 6% da população mundial.
Muitos pacientes receberam o diagnóstico de distimia após décadas convivendo com sintomas como raiva e irritabilidade. Além disso, muitos desses sinais se confundem com a personalidade ou o “jeito” do indivíduo e podem ser subdiagnosticados até por médicos.
A principal diferença da distimia para a depressão clássica é que nessa a pessoa consegue ser funcional e realizar suas atividades normalmente. Porém, trabalhar, estudar e outras ações do dia a dia são mais difíceis de serem feitas.
De acordo com os especialistas, ainda não existe um consenso sobre o que provoca a distimia. Mas, comumente, o transtorno pode ser gerado por fatores estressores durante a infância, predisposição genética e biológica, traumas ou questões sociais.
Diferentemente de outros episódios de depressão, que são mais fáceis de identificar, a distimia tem caraterísticas “camufladas” e próprias.
Os sinais mais comuns podem ser manifestados através de cansaço, fadiga, autoestima baixa, indecisão e pessimismo exagerado. Já na depressão comum, a pessoa costuma apresentar sintomas exacerbados de tristeza, desânimo, falta de interesse nas coisas, perda de apetite e outras sensações que podem ser notadas pelo próprio paciente ou por pessoas próximas.
A distimia é em muitos casos confundida como personalidade. Por causa disso, o diagnóstico se torna tardio e prejudica os pacientes na procura pelo tratamento correto, o que pode acontecer depois de décadas. De acordo com os especialistas, é essencial deixar de afirmar que uma pessoa foi chata a vida toda e que por isso não vai mais mudar.
Como procurar ajuda
É necessário que o paciente procure um atendimento precoce para evitar subdiagnósticos. Diversas vezes, quando existe uma queixa pontual sobre outra doença, a pessoa pode não procurar um serviço psiquiátrico e, de forma generalista, receber um diagnóstico de outra doença e a distimia acabar passando despercebida.