Mais comum nos chamados postos sem bandeira, distribuidoras de petróleo da Rússia poderão se propagar pelas grandes redes
Segundo anàlise da Klper, as distribuidoras nacionais devem importar derivados de petróleo da Rússia, principalmente diesel, o que deve aumentar 25% em agosto em relação a julho.
O reajuste de preço de combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR4) recentemente, favorece ainda mais a importação do produto russo.
Desde o início do ano, quando a União Europeia e os Estados Unidos adotaram sanções à venda de várias commodities russas por conta da guerra contra a Ucrânia, o petróleo da Rússia tem chegado ao Brasil em volumes crescentes, inclusive criando um desequilíbrio no mercado, amplamente tratado pelas grandes distribuidoras na apresentação de resultados do último trimestre.
Aumento já esperado
Sobre o aumento de preços promovido pela Petrobras, Mussa comentou que já era esperado “porque a situação estava muito desafiadora de manter, principalmente no suprimento de diesel no Brasil”.
Assim, exaltou o fato de o reajuste ser positivo para o etanol, combustível que a Raízen produz. “Nós estávamos preocupados com preços baixíssimos de etanol. Nós estamos vendo uma recuperação dos preços do etanol com esse aumento de preço da Petrobras”, ressaltou.
Defasagem insustentável
Linden chamou de “deficiência” local o fato de a empresa continuar importando produto petrolífero, sem citar sua origem.
Ernesto Pousada, CEO da companhia, havia comentado na apresentação de resultados do 2T23, que a redução do preço do diesel com a importação russa havia impactado o custo dos estoques.
A empresa não havia importado o diesel russo no 2T23, mas já considerava nesse trimestre como alternativa de sourcing (abastecimento).
Conformidade para importar
A Vibra e a Raízen, no entanto, disseram que atualmente o diesel russo tem migrado para outros mercados por conta do preço de importação para cá estar acima do teto definido pelas sanções aos russos.
Postos não bandeirados
Ricardo Mussa disse que ainda vê o Brasil como região para entrada do produto da Rússia. Portanto, aponta que ele tem crescido em distribuidoras menores.
O BB Investimentos, em análise sobre os resultados da Vibra no 2T23, dá uma explicação sucinta do que ocorre (pelo menos até aqui) na área.
O Goldman Sachs aponta que bandeiras brancas e distribuidores menores, dependem mais de importações do que as maiores distribuidoras. Estas possuem contratos mais longos e segurança de entrega da Petrobras. Por isso, conseguiram ampliar a participação no mercado de diesel em 3 p.p. no último trimestre.