No momento, você está visualizando Doença misteriosa e fatal no Congo ainda não tem explicação, alerta OMS
O sudoeste da República Democrática do Congo (RDC) sofre com um surto de uma doença misteriosa e fatal, alerta a OMS - Foto: Christopher Black/OMS

Doença misteriosa e fatal no Congo ainda não tem explicação, alerta OMS

Congo entra em alerta por mortes causadas por doença desconhecida com sintomas de gripe

O sudoeste da República Democrática do Congo (RDC), sofre com um surto de uma doença misteriosa e fatal com sintomas semelhantes aos de uma pneumonia, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Especialistas tanto da OMS quanto das autoridades congolesas, ainda não conseguiram encontrar a causa da doença ou identificar como ela se espalha até o momento. Mas já a consideram de importância nacional e trabalham com urgência para determinar o que acontece na região. No início de 2020, um surto de uma pneumonia misteriosa em Wuhan, na China, deu início à pandemia de covid-19.

A doença que assusta o Congo

Até quinta (5), 406 casos já haviam sido registrados em Panzi, na província de Kwango. O surto teve início em 24 de outubro, segundo a OMS, com pacientes com sintomas de febre, dor de cabeça, tosse, coriza e dores no corpo. Todos os casos mais graves aconteceram em pacientes com desnutrição grave.

Número de mortes pode ser maior do que já calculado. A OMS confirma 31 mortes já registradas, a maioria entre crianças menores de cinco anos. No entanto, autoridades congolesas informaram à agência Associated Press na terça (3), que investigam a possibilidade de que 67 a 143 mortes estejam associadas à doença em um período de apenas duas semanas.

A mortalidade estimada pode ser quatro vezes maior do que a da covid-19. A taxa, segundo a OMS, seria de 7,6%, enquanto o índice associado à covid-19 no Brasil até 2023 era de 1,9%, segundo a Universidade Johns Hopkins. No entanto, é importante destacar que, no início da pandemia, este número chegou a 15%.

Meninas são as mais afetadas

Pico do surto aconteceu na semana de 9 de novembro, acredita a OMS. O surto ainda está em curso. O Ministério da Saúde da RDC anunciou no dia 5 que investiga diversas mortes que não aconteceram em hospitais ou postos de saúde. Estes números ainda devem ser adicionados à estatística e ajudar a caracterizar melhor como a doença tem progredido.

Meninas são as mais afetadas. Em Panzi, crianças e adolescentes até 14 anos representam 64,3% de todos os casos. Pacientes até cinco anos são 53% de todos os doentes, aqueles entre cinco e nove anos são 7,4% e os com 10 a 14 anos são 3,9% deles. 71% das mortes já registradas aconteceram entre menores de 15 anos, sendo 54,8% deles menores de cinco anos de idade. 59,9% de todos os pacientes são do sexo feminino.

145 casos confirmados da doença

Já há 145 casos confirmados de pacientes maiores de 15 anos. Deles, nove morreram —a maioria, em vilarejos.

Autoridades descartam primeiro a associação com outras doenças. Segundo os dados levantados até agora, 96,5% dos pacientes têm febre, 87,9% têm tosse, 60,9%, fadiga e 57,8% tiveram coriza. Mas entre as pessoas que morreram, os sintomas mais frequentes foram dificuldade para respirar, anemia e sinais de desnutrição aguda. Como estes sintomas são frequentemente associados a outras doenças, especialistas fazem exames laboratoriais para excluir casos relacionados a sarampo, gripe, pneumonia aguda, síndrome hemolítico-urêmica por E. coli, covid-19 e malária, por exemplo. É possível ainda que a situação de emergência tenha contribuição de mais de uma doença.