Dólar x Trump: Fontes familiarizadas com o assunto indicaram que Trump deve assinar nesta segunda (20) mais de 100 decretos
O dólar à vista opera em queda ante o real nesta segunda-feira (20), com os mercados globais à espera da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, enquanto os investidores nacionais observam dois leilões de linha pelo Banco Central (BC) durante a manhã.
Às 10h40, o dólar à vista tinha queda de 0,28%, a R$ 6,0544 na venda. Enquanto isso, o Ibovespa, recuava na sessão sem a referência das bolsas norte-americanas por feriado nos Estados Unidos. No mesmo horário, a bolsa brasileira caia 0,37%, a 121.896,33 mil pontos
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,25%, a R$ 6,072 na venda.
Na sexta-feira (17), o dólar à vista fechou em leve alta de 0,16%, a R$ 6,0650. Porém, na semana, a moeda acumulou baixa de 0,62%.
As atenções se voltam nesta segunda para o início do novo governo Trump nos EUA, com ampla expectativa entre investidores para o discurso a ser proferido pelo presidente eleito na posse. Bem como a assinatura de uma série de decretos que buscarão estabelecer a marca da nova gestão já no primeiro dia do mandato.
Federal Reserve a manter a taxa de juros em um patamar elevado
Aliás, duas fontes familiarizadas com o assunto indicaram que Trump deve assinar nesta segunda mais de 100 decretos sobre uma diversidade de temas. Sendo assim, vão desde controle rígido à imigração até a abertura de novas fronteiras para a exploração de petróleo. Possivelmente, a imposição de tarifas de importação.
Analistas apontam que as promessas econômicas de Trump têm potencial inflacionário, o que forçaria o Federal Reserve a manter a taxa de juros em um patamar elevado, favorecendo o dólar e os rendimentos dos Treasuries.
Operadores já têm reduzido as apostas de cortes na taxa de juros pelo Fed na esteira de dados recentes. Esses apontaram que o mercado de trabalho dos EUA continua resiliente. Isto é, com a taxa de desemprego caindo no mês passado.
A repercussão mais ampla dos anúncios de Trump, no entanto, só deve ser conhecida na terça-feira. Uma que vez os mercados dos EUA estão fechados devido ao feriado do Dia de Martin Luther King Jr.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,26%, a 109,040.
Cenário doméstico
Na cena doméstica, agentes financeiros aguardam dois leilões de linha a realizados pelo BC durante a manhã. Ou seja, a primeira intervenção cambial desde o início do mandato do novo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.
O BC informou na sexta-feira que fará dois leilões de linha com oferta total de US$ 2 bilhões.
O leilão de linha A ocorreu entre 10h20 e 10h25, com oferta de US$ 1 bilhão e data de recompra em 4 de novembro de 2025. Enquanto que o leilão de linha B, das 10h40 às 10h45, com oferta de US$ 1 bilhão e data de recompra em 2 de dezembro de 2025.
Em dezembro, o BC vendeu um total de US$ 32,6 bilhões ao mercado em leilões extras. Para dar conta da demanda de fim de ano pela moeda norte-americana, considerando operações de linha e operações de venda de moeda sem compromisso de recompra.
O dólar disparou no fim do ano passado com o acirramento dos receios do mercado com o cenário fiscal brasileiro. Após o governo anunciar no fim de novembro um projeto de reforma do Imposto de Renda que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.