Inflação oficial do mês passado foi de -0,29%, com destaque para o grupo dos transportes, que registrou a maior queda sobre o índice geral significando deflação na economia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país, foi de -0,29% em setembro, terceiro mês seguido de deflação na economia. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em julho, entretanto, o IPCA ficou em -0,68% e em agosto, -0,36%. No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e nos últimos 12 meses, 7,17%.
“Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro tiveram queda no mês de setembro: alimentação e bebida; transportes; comunicação, assim como artigos de residência”, ressalta Pedro Kislanov, gerente do IPCA/INPC do IBGE.
A economia brasileira e a deflação
O grupo dos transportes registrou queda de -1,98%, o maior impacto negativo sobre o índice geral, contribuindo com -0,41 ponto percentual. Foi o terceiro mês consecutivo de queda nos transportes. Segundo o IBGE, os combustíveis têm peso muito grande no IPCA. No mês passado, a gasolina registrou queda nos preços de 8,33%, o que contribuiu com a diminuição de -0,42 pontos percentuais no índice de inflação. Os outros três combustíveis pesquisados também tiveram queda nos preços: etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%).
O grupo alimentação e bebidas passou de alta de 0,24% em agosto para queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação feita em casa, que diminuiu -0,86%. Contudo o produto que mais impactou neste resultado foi o leite longa vida (-13,71%), que contribuiu com -0,15 pontos percentuais no resultado do mês.
Apesar da queda, o produto ainda tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses. Além do leite, destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-6,27%).
Mas os grupos de vestuário, despesas pessoais e habitação registraram alta em setembro. Regionalmente, apenas uma das 16 áreas teve variação positiva em setembro. A alta em Vitória, Espírito Santo (0,17%), foi puxada pelas variações da taxa de água e esgoto (13,01%), e a energia elétrica residencial (4,95%). O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Fortaleza (-0,65%), principalmente por conta da queda de 11,05% nos preços da gasolina.
Em suma, o IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Fonte: Gov.br