Você está visualizando atualmente COPOM: CNI defende retomada de corte de juros pelo BC
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (31/7), a decisão sobre a taxa básica de juros da economia brasileira

COPOM: CNI defende retomada de corte de juros pelo BC

Presidente da CNI, Ricardo Alban destaca que taxa alta de juros prejudica crescimento econômico do país diz Copom

O Copom anunciou nesta quarta-feira (31/7), a decisão sobre a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Embora a expectativa do mercado seja de manutenção da taxa, atualmente em 10,50% ao ano. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirma que a manutenção de taxas altas prejudica toda a economia, a indústria e a população brasileira. Pois compromete a capacidade de o país acelerar investimentos, abrir novos postos de trabalho e ampliar a renda das pessoas.

De acordo com a CNI, a taxa de juros real está 1,70 ponto percentual acima da taxa de juros neutra estimada pelo Banco Central. O que denota uma política monetária bastante contracionista, avalia a entidade.

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, de 27,4%, perdendo apenas para o Zimbábue e Madagascar. A discrepância fica ainda mais evidente quando comparamos com o Peru. Próximo país economicamente relevante da lista do Banco Mundial, com spread de 7,8%, ou seja, 3,5 vezes menor que o brasileiro.

Esses fatores fazem com que volume de crédito na economia brasileira seja baixo.

No Brasil, o montante de crédito oferecido ao setor privado não financeiro equivale a 86,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto na Zona do Euro e nos Estados Unidos equivale a, respectivamente, 148,6% e 150,1% do PIB, de acordo com o Bank for International Settlements (BIS).

Para a CNI, por ter cadeias produtivas mais longas, as empresas industriais são as mais prejudicadas por esse acúmulo do custo do crédito. Encarecendo o bem final e causando perda de competitividade do setor. A entidade acredita ser preciso voltar os olhos para o ajuste fiscal.

“O Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e não há mais espaço para aumentar a tributação do setor produtivo, Por isso, é importante que o ajuste fiscal se volte para a contenção das despesas. Nesse sentido, são positivas as manifestações recentes do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento e Orçamento quanto à identificação de possíveis fontes de redução de gastos federais em 2024 e 2025”, avalia Alban.