Empresas listadas no Ibovespa estão mais envolvidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 67% são assinantes do GHG Protocol
As empresas listadas na B3 estão mais comprometidas com a agenda ESG. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela PwC Brasil em parceria com o Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), que analisou as 88 companhias listadas do Ibovespa entre maio e agosto de 2022.
Os resultados da 2ª edição da “ESG no Ibovespa” indicam um avanço da pauta, com 96% das empresas envolvidas no Pacto Global da Organização das Nações Unidas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – contra 90% no ano anterior – e com 67% (eram 63% no ano anterior) também assinantes do GHG Protocol, que traz critérios para a contabilização dos gases de efeito estufa gerados direto ou indiretamente pelas empresas
De acordo com o levantamento, 82% das empresas pesquisadas divulgam as emissões de gases de efeito estufa inclusive na cadeia de valor. Enquanto que 7% divulgam somente as próprias emissões e apenas 11% não divulgam as emissões.
Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil e um dos responsáveis pela pesquisa, comenta que é nítido o avanço de 2020 para 2021 nas divulgações e na asseguração das informações contidas nos relatórios
Participação em índices de sustentabilidade aumentou
O levantamento mostra que 72% das empresas analisadas estão no ICO2/B3, o Índice Carbono Eficiente da B3, que lista empresas que divulgam suas emissões de carbono (eram 42% antes), assim como pouco mais da metade (56%, ante 48%) está no ISE/B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa, que reúne empresas que seguem critérios de responsabilidade ambiental e social.
É preciso reduzir em até 45% as emissões de gases causadores do efeito estufa para que o aquecimento global não ultrapasse 1,5 °C. Uma das ambições do acordo é que, até 2050, a transição para uma economia Net Zero esteja completa. De todas as empresas analisadas, no entanto, apenas 23% se comprometeram a neutralizar ou zerar as emissões até 2050. Algumas delas são grandes empresas como JBS e a Ambev, ambas com meta de ser Net Zero até 2040. A Klabin, também listada no Ibovespa, já é uma empresa Net Zero.
Riscos ambientais
A 2ª edição da ESG no Ibovespa mostra também que os riscos ambientais ocupam o primeiro lugar na lista de riscos divulgados pelas empresas. Portanto, com 60% de menções, uma alta de 12 pontos em relação aos 48% registrados anteriormente.
Em seguida, aparecem os riscos corporativos, com 60% (eram 69% em 2020). As menções aos riscos climáticos foram feitas por 51% das empresas (36% no levantamento anterior). Finalmente, citados os riscos macroeconômicos por 49% das empresas (48% em 2020) e as ameaças cibernéticas, com 28% (eram 45%).
A pesquisa também traz informações sobre a asseguração dos relatórios divulgados. As empresas indicaram que um terço (35%) não submetem seus informes a verificações, uma queda de oito pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
Todavia, o movimento por maior asseguração aparece nos demais dados da pesquisa: 42% asseguram as informações por auditoria independente. Assim como, 23% fazem asseguração interna (eram 30% e 27% em 2020, respectivamente).