Taxa alta desconsidera queda do dólar e do petróleo, diz CNI
A elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic (juros básicos da economia), recebeu críticas do setor produtivo. Segundo entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais, os juros de 14,25% ao ano, no maior nível em quase dez anos, prejudicam a recuperação da economia e ameaçam o emprego e o consumo.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), não tem outros efeitos além de prejudicar a economia. Conforme a entidade, a taxa alta desconsiderou a queda do dólar e da cotação do petróleo no mercado internacional. Ou seja, fatores que ajudam a segurar a inflação.
O segundo é a queda no preço do petróleo, com o valor do barril Brent caindo de US$ 85, em outubro de 2024, para aproximadamente US$ 70 em março de 2025, destacou a CNI.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) pediu mais “parcimônia” ao Copom para calibrar melhor a política monetária e não prejudicar a economia.
Apesar do impacto, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), considerou que a decisão do Copom veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Para a entidade, o BC terá de aumentar os juros enquanto os gastos do governo estiverem altos. “Apesar da redução da cotação do dólar, houve aceleração da inflação, que se mantém acima da meta anual, num contexto de incertezas fiscais. Assim traz expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária mais contracionista”, afirmou a entidade.
Centrais sindicais
O aumento dos juros também foi criticado pelas centrais sindicais. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT) considerou que a decisão aumenta o aperto financeiro sobre a população.
Em nota, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, destacou que o Banco Central não mudou a política monetária sob a gestão do novo presidente, Gabriel Galípolo.