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De acordo com a ANP, o volume de diesel no Brasil é capaz de atender o mercado interno por 19,6 dias

Estoque de diesel no Brasil deve acabar em menos de 20 dias nos postos

A situação de risco de desabastecimento de diesel no Brasil já é quase certa de acordo com o mercado, caso o governo não reaja

O estoque de diesel S10, comercializado nos postos de combustíveis do Brasil, é capaz de garantir o suprimento do mercado nacional por menos de 20 dias se a produção interna do derivado for interrompida hoje e a importação suspensa. O dado consta em relatório enviado pelos produtores e distribuidores à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).

A situação de risco de desabastecimento já é quase certa de acordo com o mercado, caso o governo não reaja. Por isso, o Ministério de Minas e Energia (MME) convocou representantes da ANP e da Petrobras para discutir formas de contornar o problema.

A reunião consta na agenda de compromissos oficiais de pelo menos três diretores do órgão regulador, embora não tenha informação da confirmação pelas assessorias. A informação por videoconferência, partiu por parte do governo e não prevê a participação de outros agentes.

Informações coletadas nos últimos 20 dias pelo setor indicam que o estoque de diesel no país era de 1,729 milhão de metros cúbicos (m³) no dia 18 deste mês. Tal volume seria capaz de atender o mercado interno por 19,6 dias, considerando a média de venda das distribuidoras em 2021.

Preocupação

O governo federal foi alertado por diretores da Petrobras sobre riscos de desabastecimento e falta de diesel no Brasil, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (24). O alerta soa em particular para o terceiro trimestre, época em que o transporte de soja, principal commodity brasileira, chega ao auge e demanda mais combustível.

A escassez de diesel vem sendo sentida no mundo todo e se agravou especialmente pela Guerra na Ucrânia. O comunicado vem na esteira de uma série de mudanças que envolvem a estatal. O governo federal anunciou, na noite da última segunda-feira (23), mais uma troca na presidência da Petrobras; ou seja, a quarta em dois anos.

Quem deve assumir o cargo é Caio Mário Paes de Andrade, em substituição a José Mauro Coelho, indicado no último 6 de abril. De acordo com especialistas, a possibilidade de desabastecimento de diesel pode incitar uma resposta de viés político em ano eleitoral, fortalecida, também, pela escolha do novo presidente da estatal.

O máximo que pode acontecer, segundo analistas de mercado, é que os aumentos fiquem mais espaçados. Na prática, portanto, o que o consumidor vai sentir na ponta é que os preços vão continuar caros.