Um estudo da revista Mental Health Science apurou que adultos jovens parecem mais velhos do que realmente são, em dias de estresse
A pesquisa sobre estresse investigou como as flutuações diárias nas crenças de controle sobre a própria vida influenciam a relação entre estresse cotidiano. Embora existam pesquisas abundantes mostrando que o estresse faz com que pessoas idosas percebam seu envelhecimento, e sintam mais velhas do que são, ainda “há pouca investigação que examine esta questão em adultos jovens, pessoas na adolescência, entre os 20 e os 30 anos”, diz a autora correspondente do estudo, Shevaun Neupert, professora de psicologia da Universidade Estadual da Carolina do Norte.
Da mesma forma, essa percepção de envelhecimento subjetivo está associada a uma série de resultados prejudiciais à saúde dos idosos. A psicóloga diz que é necessário que a compreensão desse fenômeno atinja todas as faixas etárias, a tempo de desenvolver intervenções capazes de proteger a saúde física e mental dos indivíduos.
Como ocorreu a pesquisa sobre estresse em adultos jovens?
Para testar suas hipóteses, os pesquisadores coletaram dados de 107 adultos jovens, com idades entre 18 e 36 anos (média de 19,96 anos) que preencheram.
No primeiro dia, os participantes relataram informações demográficas e, nos dias de 2 a 9, registraram suas idades subjetivas diárias os estressores verificados naquele dia. Dessa forma, suas percepções de crenças tiveram controle de suas vidas.
Quais as conclusões do estudo sobre envelhecimento subjetivo
A metodologia aplicada confirmou a hipótese inicial de que adultos mais jovens se sentem e até pareciam mais velhos nos dias em que enfrentam mais fatores de estresse.
Ou seja, o estudo revelou a natureza flutuante tanto dos estressores diários, como da percepção dos níveis de controle. Isso fez com que o efeito do envelhecimento causado por estressores diários diminuísse. A ponto de ser considerado insignificante, nos dias em que as pessoas tinham uma sensação de aumento nas crenças de controle sobre a própria vida.
Para Neupert, a importância da pesquisa é mostrar que a percepção do estresse como fator de envelhecimento subjetivo não se limita aos adultos mais velhos. Mas está acontecendo também com os jovens, o que é mais preocupante. “As pessoas geralmente relatam níveis crescentes de estresse à medida que passam da idade adulta jovem para a meia-idade — os com 40 e 50 anos”, conclui a psicóloga.