A nova terapia contra o melanoma utiliza as células do próprio paciente para combater o câncer
O tratamento contra o câncer ganhou um novo capítulo com uma promissora terapia aprovada pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos.
Até agora, o tratamento é usado para combater o melanoma, um tipo de câncer que se desenvolve a partir das células produtoras de pigmento da pele. E os resultados são animadores! 31,5% dos pacientes tratados apresentaram redução ou desaparecimento dos tumores.
A nova abordagem foca na defesa do próprio corpo, para ajudar o organismo a reconhecer e combater o câncer. Para isso, as células que poderiam atacar a doença identificadas e multiplicadas em laboratório.
Primeiro a receber o tratamento
Scott Goedeke, 58 anos, foi o primeiro a receber esse tratamento. Ele já tinha passado por uma cirurgia, radioterapia e outras três terapias diferentes. O diagnóstico, portanto, era um câncer na boca, que se espalhou para um gânglio linfático no pescoço.
Seis semanas após o início do tratamento, o tumor apresentou uma significativa redução.
Em 8 semanas
A terapia é chamada de Amtagvi, ou TIL, que significa linfócitos infiltrantes de tumor, células do sistema imunológico que existem dentro dos tumores.
É um tratamento único que pode levar até oito semanas. Primeiro, colhem as células TIL do tumor e depois as multiplicam laboratório, o que leva 22 dias.
Durante esse tempo, os pacientes recebem quimioterapia para limpar as células imunológicas. Isso cria espaço para bilhões de novas células TIL que combatem o melanoma.
Depois, as células TIL são reintroduzidas no corpo e os pacientes recebem interleucina-2 para estimular ainda mais essas células
Em outros tipos de câncer
Um dos critérios para aplicação do tratamento é que o paciente já tenha tentado outros medicamentos, mas não tiveram resultados.
O melanoma “não é um daqueles tipos de câncer onde existem cerca de 20” tratamentos possíveis diferentes, disse a médica Elizabeth Buchbinder, do Dana-Farber Cancer Institute. “Você começa a ficar sem opções rapidamente.”
Mas os pesquisadores acreditam que o tratamento pode ser eficaz em outros tumores sólidos.
A terapia é cara
Os resultados são promissores, mas a terapia não é barata. Com um custo de US$ 515.000 – mais de R$ 7 milhões – por paciente, a questão da acessibilidade a essa inovação ainda é um desafio a enfrentado.
Mas a Iovance Biotherapeutics, empresa responsável pela fabricação da terapia, enxerga que esse é apenas o primeiro passo para o futuro dessa tecnologia.