Alguns eventos históricos acabaram sendo distorcidos e tratados como verdades absolutas
É provável que você já tenha ouvido falar no ditado popular “quem conta um conto, aumenta um ponto”. Mentir e distorcer a História é algo tão famoso quanto antigo. Não a toa, muitos dos eventos históricos que conhecemos hoje em dia acabaram sendo distorcidos, alterados e até mesmo inventados com o passar do tempo.
Ainda que o século XXI venha sofrendo com as já conhecidas fake news, mudar a História data de centenas de anos atrás, e isso sempre foi feito baseado em impulsos de propaganda política, em preconceito ou visando benefício próprio.
Estes são três eventos históricos que nunca aconteceram, mas sobre os quais você já deve ter ouvido falar ou aprendeu assim:
Que comam brioches
“Se não tem pão, que comam brioches” se tornou uma frase imensamente difundida na História como tendo saído da boca de Maria Antonieta; esposa do rei Luís XVI da França, em 1789, ao saber que o povo não tinha pão para comer.
Com isso, também foi endossado que a mulher foi guilhotinada, em 1793, sob o julgo do Tribunal Revolucionário, culpada por crimes contra o Estado, mas também como uma forma de retribuir o descaso que ela teve ao dizer a emblemática frase, que refletia o ápice de seu desprezo por aqueles que morriam nas ruas de Paris.
No entanto, essa fala nunca aconteceu. Não existem evidências históricas que Maria Antonieta tenha dito a frase; mas sim que pode ter surgido como propaganda política dos revolucionários para destruir com força total a ideia monarquista; inspirados pelo que Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) mencionou em um de seus livros.
A orelha de van Gogh
De fato, em 23 de dezembro de 1888, o pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890) cortou sua orelha esquerda com uma navalha enquanto estava em Arles, na França, dando origem à pintura Autorretrato com orelha enfaixada. No entanto, muito diferente do que se pensa no senso comum, ele cortou apenas uma parte pequena do lóbulo e não a orelha inteira.
O motivo se espalha de maneira tão errada e confusa quanto o acontecimento. Alguns historiadores disseram que Van Gogh fez isso após se desentender com seu amigo de longa data, Paul Gauguin (1848-1903), e ser acometido por uma doença metabólica que o deixou agressivo demais.
A chave e a pipa
É improvável que o famoso “renascentista tardio” Benjamin Franklin teria empinado uma pipa de seda durante uma tempestade de raios com uma chave presa à corda. Mais absurdo ainda, que quando um raio atingiu a pipa, ele recebeu um choque ao tocar a chave; provando que o raio tem natureza elétrica.
Foi em um de seus artigos de 1752 que o experimento foi proposto como uma maneira possível de testar a origem da eletricidade; porém é consenso entre os historiadores que isso nunca aconteceu, exatamente porque um raio tem centenas de milhões de volts e o homem jamais sobreviveria.