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Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, as exportações de algodão do Brasil alcançaram volume recorde

Exportações mato-grossenses de algodão representam mais de 62% que tudo que o Brasil embarcou em 2024

Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) em abril, as exportações de algodão do Brasil alcançaram volume recorde para o período

Brasil totalizou a movimentação de 241,48 mil toneladas (t) exportações de algodão, quando analisado o acumulado dos escoamentos brasileiros da safra 2022/23 (ago/23 a abr/24). O volume embarcado é de 2,12 mi t, incremento de 69,07% ante o mesmo período da safra 2021/22.

Essa alta foi impulsionada, como explicam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), principalmente, pelo aumento da demanda oriunda da China, além da maior produção de pluma no ciclo 2022/23.

“Em relação a Mato Grosso, maior produtor nacional da pluma, o estado exportou, no acumulado, 1,32 mi t de pluma. Ou seja, 62,19% dos embarques nacionais, até o momento. Apesar do grande volume escoado, o estado reduziu sua participação nas exportações totais do Brasil em 3,75 pontos percentuais (p.p.), ante o mesmo período da safra passada, uma vez que outros estados, como São Paulo, têm ganhado mais espaço nos envios. Por fim, com os embarques aquecidos, o Imea projeta que Mato Grosso exportará no acumulado total da safra (ago/23 a jul/24) 1,73 mi t, volume 4,84% maior que o registrado na safra 2011/22”.

Mercado

Ainda conforme o Imea, a comercialização da pluma mato-grossense da safra 2022/23, em abril, avançou 2,10 p.p. no comparativo mensal e atingiu 92,31%. Cabe destacar que houve desaceleração nas vendas no mês em análise. Tendo em vista a desvalorização registrada nos preços negociados, que ficaram na média de R$ 140,28/@ (-2,48% ante mar/24). No que tange ao ciclo 2023/24, as negociações avançaram 3,49 p.p., em abril ante março, e atingiram 60,54% da produção estimada para o ciclo.

“Vale destacar os preços menos atrativos na temporada, se comparados com os do mesmo período do ciclo 2022/23. Isto é, em virtude das vendas que estão com um atraso de 3,49 p.p. Quanto às cotações, as vendas atingiram preço médio de R$ 138,94/@. Por fim, para o ciclo 2024/25, a comercialização alcançou 11,67% em abril, com avanço mensal de 2,78 p.p. a um preço médio de R$ 132,54/@ (-0,51% ante mar/24)”.

Safra

A estimativa de área plantada de algodão para a safra 2023/24, em Mato Grosso, foi mantida pelo Instituto no relatório de maio. Projetada em 1,41 milhão de hectares, o indicador aponta uma área de cultivo 16,84% superior ao registrado na safra 2022/23.

“Cabe lembrar que o aumento observado resulta do cenário de menor rentabilidade do milho em relação ao algodão, bem como a redução nos custos da cotonicultura, que possibilitaram o efetivo aumento na área dedicada ao cultivo da fibra natural, por parte dos produtores que já possuíam a estrutura necessária. Dessa forma, a área destinada à primeira safra de algodão segue estimada em 0,25 milhão de hectares, e em 1,15 milhão de hectares para as áreas de segunda safra, incrementos de 35,90% e 13,37% em relação à safra passada, respectivamente”, explicam os analistas do Imea.

Já em relação à produtividade das lavouras, o indicador exibiu incremento de 2,41% em relação à estimativa de abril. Portanto, projetada em 291,10 @/ha, volume 6,44% inferior ao registrado na safra 2022/23.

Os analistas chamam ainda à atenção para outras questões. Como a incidência de chuvas nas próximas semanas podem afetar as últimas etapas do desenvolvimento das lavouras de algodão no estado. Considerando o reajuste na produtividade, para a safra 2023/24, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,14 milhões de toneladas. Ou seja, 2,41% superior à última estimativa e 9,32% superior à safra 2022/23. No que tange à produção de pluma, esta ficou estimada em 2,55 milhões de toneladas.