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Quem usa óculos conhece bem o tal do filtro de luz azul. Trata-se de um revestimento transparente aplicado nas lentes que impede a luz azul

Filtro de luz azul para óculos funciona mesmo?

Quem usa óculos conhece bem o tal do “filtro de luz azul”. Trata-se de um revestimento transparente aplicado nas lentes que impede a luz azul de chegar aos olhos e causar danos oculares. A luz azul, por sua vez, aquela emitida por celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos que causam o famoso “cansaço” visual ao final do dia.

E se você usa óculos, novamente entenderá: ao consultar um oftalmologista ou ir em uma loja encomendar seu próximo óculos, por que não pagar um pouco mais pelo filtro de luz azul e proteger seus olhos dos efeitos das telas?

Uma pesquisa recente, no entanto, vai na contramão disso e sugere que o filtro não tem toda essa eficácia.

Primeiro, vamos entender como funciona a tal da luz azul e qual é o papel do filtro em (supostamente) freá-la.

  • A luz azul é um tipo de onda eletromagnética curta, com frequência maior e que, por isso, está mais carregada de energia;
  • Essa luz emitida principalmente pelo Sol, mas também por celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos que são parte importante do dia a dia;
  • Porém, a exposição à luz azul (mais do que o natural) causa uma mudança nos hormônios, como a melatonina, que induz o sono. Sem dormir, o metabolismo não tem tempo para descansar, processar emoções ou até consolidar memórias e aprendizado;
  • Ai que entra o filtro de luz azul. A ideia do revestimento aplicado nos óculos é frear as ondas de chegarem aos olhos e, assim, diminuir seus efeitos.

Solução pode não ter eficácia

No entanto, o estudo publicado na Cochrane Database of Systematic Reviews, revelou que o filtro de luz azul não tem eficácia comprovada.

O artigo é uma revisão de 17 outros trabalhos sobre o tema, cada um com uma conclusão diferente. Enquanto alguns dizem que, sim, o filtro tem efeitos na melhora do sono dos usuários, outros dizem que não interferiu em nada.

Em três das pesquisadas revisadas, a relação entre o filtro de luz azul e fadiga ocular estudada, com um total combinado de 166 participantes. Todos eles deram o mesmo resultado: não há diferença significativa na fadiga visual entre as pessoas que usavam filtro de luz no óculos ou não.

Conclusões

Então de onde vem o cansaço? Segundo o estudo, as telas podem ser as culpadas, mas por outro motivo. Ao ler em um computador ou celular, o ritmo de piscada diminui de 15 para 5 a 7 vezes por minuto. Isso deixa os olhos mais secos, irritados e, consequentemente, cansados.

Porém, não significa que as lentes com filtro azul são completamente inúteis. De acordo com Laura Downey, principal pesquisadora do estudo, os dados limitados e as conclusões não apoiam uma eficácia comprovada dessa tecnologia para o fim que se propõem.