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O projeto cofundado pelo dono do ChatGPT que irá escanear os olhos de pessoas em troca de uma criptomoeda é alvo de investigações no Governo - Foto: Divulgação/World

Governo pede explicações sobre projeto que irá escanear os olhos dos brasileiros

Projeto World já funciona em diversos outros países, mas coleciona polêmicas em quase todos eles

Projeto cofundado pelo dono do ChatGPT que irá escanear a íris de pessoas em troca de uma criptomoeda é alvo de investigações em vários países, inclusive no Governo. No mesmo dia em que a iniciativa desembarcou no país, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) abriu um processo de fiscalização contra ela.

Inicialmente fundada com o nome de Worldcoin, o projeto passou a se chamar World, recentemente. Ele já funciona em diversos outros países, mas coleciona polêmicas em quase todos eles.

World precisará dar maiores explicações

O projeto começou a escanear as íris de brasileiros interessados em dez pontos da capital paulista. A World afirma que os endereços ficarão disponíveis em seu site e que estarão espalhados em alguns shoppings e outros pontos da cidade.

A participação é gratuita e ainda não há prazo para ampliação do serviço para outras regiões do Brasil. A ideia é auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial. Entre as possíveis aplicações da tecnologia está a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais, por exemplo

No entanto, a ANPD quer mais detalhes sobre como vai funcionar este projeto. O objetivo é entender se a atuação da World está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Nesta semana, a equipe de fiscalização do órgão se reuniu com representantes da iniciativa para esclarecer dúvidas e entregar o documento que formaliza o pedido de explicações adicionais.

Em nota, a World afirmou que está à disposição das autoridades brasileiras e que preza pela transparência. O projeto também disse que busca cumprir todas as leis e regulamentações relacionadas ao processamento de dados pessoais nos mercados onde opera.

Projeto polêmico

  • A então Worldcoin lançada em julho do ano passado, realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD. A criptomoeda do projeto.
  • Segundo a própria World, o objetivo é “ajudar a distinguir interações humanas reais e interações baseadas em IA, aumentar o acesso à economia digital global e a proteger a privacidade online”.
  • O sistema também permitiria, entre outras coisas, que os usuários provem online que são humanos, principalmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
  • No entanto, a companhia está sendo alvo de investigações em diversos países do mundo.
  • A principal preocupação é que ela não esteja respeitando as “medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários”.
  • Autoridades do Reino Unido, da Alemanha, da França, de Portugal e da Espanha, chegaram a investigar a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos.
  • Já no Quênia, o governo do país africano ordenou o fim da coleta de dados da World.
  • O projeto de Sam Altman garante que não há nenhuma irregularidade.
  • A companhia destacou que pretende retomar as operações no país africano em breve.
  • Segundo a World, “os serviços de verificação foram inicialmente interrompidos por precaução e num esforço para mitigar o volume de pessoas. Enquanto isso, trabalhava com as autoridades locais para aumentar a compreensão do protocolo”.