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O governo federal avalia a possibilidade de zerar o imposto de importação do trigo, como forma de baratear a entrada do insumo no país - Foto: Gov.br

Governo avalia zerar imposto de importação do trigo e do óleo de cozinha

Zerar o imposto é uma das possibilidades que estão em debate, porém, setores do governo não veem um efeito prático nos preços

O governo federal avalia a possibilidade de zerar o imposto de importação do trigo, como forma de baratear a entrada do insumo no país e, assim, reduzir a alta no preço dos alimentos. A ideia é que, ao retirar o imposto de 9% pago para trazer o cereal para o país, haja uma queda nos preços para o consumidor.

O mesmo movimento analisado para zerar a alíquota de 9%, recai sobre o óleo comestível, incluindo produtos como óleo de soja, girassol, milho e canola, entre outros. As informações são da Folha de São Paulo.

A reportagem conversou com fontes dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Desenvolvimento Agrário. Todas confirmaram que a medida foi uma das possibilidades que estão em debate e que poderia ser adotada em breve. Ainda não bateram o martelo, porque há alas que não veem um efeito prático nos preços.

Debate para zerar o imposto

A possibilidade de zerar o imposto de importação do óleo vegetal ocorreu com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e representantes do setor.

O jornal apurou que houve uma sinalização positiva para zerar o imposto em algum período. Até porque o preço do óleo vegetal no exterior, neste momento, está mais barato que no Brasil.

A possibilidade de fazer o mesmo movimento com o milho passou por análise do governo. Entretanto, está praticamente descartada porque, além de o milho ter a mesma isenção na região do Mercosul, há sobra de produção local e nos países vizinhos.

A questão é que os países do Mercosul, que concentram a maioria absoluta das importações feitas pelo Brasil, já possuem um acordo de taxa zero nas vendas do trigo. A situação é inversa quando se trata do óleo comestível.

Atualmente, o Brasil é um dos principais produtores e exportadores de óleos vegetais do mundo, especialmente o óleo de soja, que é o mais consumido no país. A produção nacional de óleo de soja chegou a cerca de 11 milhões de toneladas em 2024. Das quais 1,15 milhão de toneladas destinam-se à exportação e 9,9 milhões ao consumo interno.

Nos bastidores, a taxação das exportações tem sido defendida pelos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Carlos Fávaro e Fernando Haddad (Fazenda), porém, fazem forte oposição a esse tipo de medida.