Conheca os impactos da retaliação chinesa ao tarifaço de Trump e os reflexos da guerra tarifária para o Brasil
A política de retaliações comerciais entre China e Estados Unidos tem provocado fortes turbulências nos mercados internacionais — e o Brasil não deve escapar dos impactos. Em participação no telejornal Mercado & Companhia, o comentarista Miguel Daoud avaliou as consequências da resposta chinesa ao aumento de tarifas imposto pelo então presidente norte-americano Donald Trump.
Segundo Daoud, o embate comercial adota uma lógica de “olho por olho, dente por dente”. Isso tende a prejudicar não apenas as duas maiores economias do mundo, mas também o equilíbrio econômico global.
Entre os efeitos mais imediatos, está a queda acentuada no preço das principais commodities, como petróleo, soja, milho e algodão — produtos que têm grande peso nas exportações brasileiras. A desvalorização desses itens no mercado internacional pode influenciar diretamente a inflação, o câmbio e o desempenho de setores-chave da economia nacional.
Guerra tarifária: consequências para o Brasil
Daoud ressalta o fato dos Estados Unidos serem um grande exportador de commodities agrícolas aos chineses. Com o embate entre os dois gigantes, o Brasil poderá ser beneficiado.
“Evidente que o Brasil pode, sem dúvida nenhuma, diretamente ser favorecido. Mas, indiretamente, o cenário ficará difícil. A gente não sabe as consequências indiretas na economia, com a bolsa desabando, com dólar subindo. Tudo isso não é bom para o mercado financeiro”, afirmou.
Na última sexta-feira (4), a China anunciou que vai retaliar os americanos com tarifas de 34%, no Brasil. Até o fechamento deste texto, o dólar subia 3% em comparação ao dia anterior e estava sendo cotado a R$5,80. Pelo mundo, as bolsas de valores estavam em queda e os preços da soja, milho e algodão também apresentaram baixas.