O implante usado nos pacientes tem como intuito romper sinais do cérebro que levam a prática da compulsão alimentar
Um estudo inédito divulgado na revista Nature Medicine está analisando o comportamento de um implante que foi colocado no cérebro de duas pessoas obesas que sofrem de compulsão alimentar.
O dispositivo é feito para detectar e romper sinais cerebrais associados ao desejo de se alimentar compulsivamente. Sendo que, em seis meses de testes, os resultados obtidos foram animadores. Possivelmente abrindo as portas para um futuro no qual os implantes podem vir a controlar uma série de comportamentos impulsivos.
O estudo
Os dois pacientes analisados tem o diagnóstico de compulsão alimentar e eram severamente obesos. Então, submeteram os pacientes a um procedimento cirúrgico para implantar um dispositivo estimulador cerebral com eletrodos, cujo alvo é o núcleo accumbens.
Durante o período inicial de análise, os pesquisadores focaram em registrar a atividade de cada um dos cérebros, com o objetivo de encontrar uma assinatura distinta que pudesse estar associada especificamente ao comportamento de compulsão alimentar.
Um dos experimentos realizados em laboratório foi o de deixar para os pacientes fartas quantidades de comidas com altas calorias. Após o período inicial, os observadores trocaram os implantes, cada um programado com o gatilho neural para a compulsão alimentar de cada examinado.
O dispositivo tem um sistema de ciclo fechado, o que significa que o seu desenho serve para ligar e desligar seus estímulos elétricos independentemente de detectar atividades elétricas do cérebro ao qual ele está atrelado.
Os pesquisados foram então analisados por mais seis meses, nos quais os implantes funcionaram bem e não apresentaram efeitos adversos. Além disso, ambos os pacientes demonstraram quedas significativas na frequência de episódios de compulsão alimentar, além da redução na sensação de perda de controle.
Passados todos esses meses de análise, identificaram certos sinais, mas mais testes deverão ocorrer. Tudo para que se possa otimizar a especificidade dos sinais de compulsão alimentar em humanos.