José Antonio Kast encerra campanha presidencial em Santiago
O candidato presidencial de ultradireita do Chile, José Antonio Kast, encerrou sua campanha na capital Santiago (11), declarando que “a terceira vez é a da sorte” em sua candidatura à presidência do país.
Kast, que já concorreu à presidência duas vezes, afirmou que o Chile começará a mudar após a votação de domingo (16) e que vencerá o segundo turno em 14 de dezembro, prometendo “recuperar e reconstruir” o país.
Discursando para uma multidão de mais de dez mil apoiadores, ele focou seu discurso em segurança e controle da imigração. Além disso, fez críticas ao governo atual e à candidata de esquerda, Jeannette Jara. As informações são, conforme a agência de notícias Reuters, baseadas em imagens do evento.
O evento foi realizado em uma casa de shows (11). Atraiu um público predominantemente jovem e de classe média a alta. Muitos afirmaram apoiar Kast por sua postura firme em relação ao crime e à imigração.
Kast ocupa o segundo lugar na maioria das pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno. Contudo, moderou seu discurso em comparação com campanhas anteriores. Desse modo, evitou temas controversos, como o apoio passado à ditadura de Augusto Pinochet, e enfatizou, acima de tudo, a lei e a ordem.
Sobre as eleições
A disputa pela Presidência do Chile entrou em um novo capítulo com o lançamento oficial das principais campanhas. Os principais concorrentes são Jeannette Jara, candidata de coalizão de esquerda do Partido Comunista, e candidatos conservadores, incluindo José Antonio Kast, do Partido Republicano, que perdeu o segundo turno da última eleição contra o atual presidente, Gabriel Boric, em 2021. Desta vez, muitos veem Kast como tendo maior chance de chegar à Presidência.
Ao todo, oito candidatos estão na disputa, incluindo Evelyn Matthei, uma experiente política conservadora do Partido da União Democrática Independente, que atuou como parlamentar e prefeita de um rico município de Santiago.
Ambiente político diferente no Chile
Se José Kast for para o segundo turno, esse será o segundo que ele disputa nesta década, mas o ambiente político é muito diferente desta vez.
Gabriel Boric, que derrotou Kast no segundo turno da eleição presidencial de 2021 e não pode concorrer à reeleição consecutiva, levou à Presidência uma onda de otimismo para a esquerda. Entretanto, isso se se dissipou em grande parte.
A eleição de Boric foi, a princípio, o ápice de protestos generalizados contra a desigualdade em 2019. Além disso, resultou na eleição de uma assembleia amplamente independente e de esquerda em 2021. Essa assembleia foi encarregada, afinal, de redigir uma nova Constituição.
Contudo, os eleitores rejeitaram de forma esmagadora a Constituição progressista. Ao mesmo tempo, o aumento da criminalidade, a imigração e o desconforto econômico forçaram o governo, por conseguinte, a mudar seu foco.
Apesar desses esforços, a segurança continua sendo um ponto sensível para muitos eleitores.
Embora o Chile ainda seja um dos países mais seguros da América Latina, o aumento da violência, em grande parte decorrente do crime organizado, abalou a nação e prejudicou o crescimento econômico.


