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O lucro dos bancos é a comparação do lucro final com o faturamento e depende de custos e formação de preços

Lucro dos bancos sobe para R$ 145 bi, mas rentabilidade cai em 2023

Concentração dos bancos continua caindo e chegou a 55,3% no ano passado

O lucro líquido dos bancos de R$ 145 bilhões no ano passado, obteve alta de 5% na comparação com 2022. Enquanto isso, na mesma comparação interanual, a rentabilidade do sistema bancário foi de 14,1% no ano de 2023, queda de 0,6 ponto percentual.

A lucratividade é a comparação do lucro final com o faturamento e depende de custos e formação de preços. Enquanto a rentabilidade compara o lucro final com o patrimônio e investimentos realizados. Ou seja, com a capacidade do negócio de gerar retornos com base no que foi investido.

Relatório de Economia Bancária, foi divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Banco Central (BC). Assim a rentabilidade do sistema bancário, medida pelo Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE), apresentou leve redução em 2023 e distribuição heterogênea dentro do grupo das instituições financeiras (IFs) de maior importância. Ainda assim, a rentabilidade bancária no Brasil está entre as mais elevadas do mundo, apesar do declínio observado nos últimos dois anos. Sendo superado por México e Índia e em um patamar similar à Indonésia.

Sistema Financeira Nacional

Os ativos problemáticos levaram à necessidade de aumento das provisões nos últimos anos. Ou seja, as reservas que os bancos fazem para pagamento das dívidas de crédito (calotes).

Em 19 de janeiro de 2023, as Lojas Americanas entraram em recuperação judicial, com dívidas declaradas de R$ 49,5 bilhões. Isso, logo após a descoberta de fraudes contábeis em 2021 e 2022, onde a companhia acumulou prejuízo de R$ 19,1 bilhões.

Segundo o BC, as despesas com provisões aumentaram em 2022 e 2023, mas apresentam sinais de estabilização. O crescimento desde o final de 2021 deu lugar a uma queda consistente das provisões no segundo trimestre de 2023, com estabilização na segunda metade do ano. “A manutenção da qualidade das concessões e a redução das estimativas de perdas nas carteiras das IFs resultam em menor necessidade de provisionamento. As provisões constituídas consideradas adequadas, estão acima das estimativas de perdas esperadas”, explicou a autarquia.

As diferenças de rentabilidade na comparação interanual estão relacionadas à eficiência operacional, à gestão de risco pré-fixado na carteira de títulos. De certa forma, aos efeitos do aumento da competição no Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Concorrência

O Relatório de Economia Bancária mostra continuidade da redução da concentração no SFN, processo que vem ocorrendo nos últimos anos, e elevação do grau de concorrência no mercado de crédito, enquanto a concorrência em serviços financeiros ficou relativamente estável.

De 2022 para 2023, a participação de mercado dos quatro maiores bancos – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú – se reduziu em todos os agregados contábeis, de 87,8% para 87,6% nos ativos totais, de 91,2% para 90,7% nos depósitos totais e de 86,2% para 85,9% nas operações de crédito.

“Esse movimento pode estar associado à atuação das instituições não bancárias no mercado de cartão de crédito. Além do crédito sem consignação, ao passo que as cooperativas de crédito, em 2023, destacaram-se por sua atuação nos mercados de cheque especial e de capital de giro”, explicou o BC.

As cooperativas de crédito são responsáveis por 5,5% dos ativos totais no ano passado, contra 5,1% em 2022. Nos depósitos, passaram de 6,4% em 2022, para 6,6% em 2023, e no caso do crédito Aliás, esse grupo respondeu por 6,8% do total das operações em 2023, contra 6,3% do ano anterior.

Fonte: Agência Brasil