Macron busca novo primeiro-ministro: Futuro premiê o quinto a ocupar o cargo em menos de dois anos
O presidente da França, Emmanuel Macron, busca o quinto primeiro-ministro em menos de dois anos, após partidos de oposição se unirem para destituir o atual premiê de centro-direita, François Bayrou, após planos impopulares de aperto orçamentário.
Bayrou derrotado por 364 a 194 em um voto de confiança parlamentar, entregou oficialmente sua renúncia a Macron nesta terça-feira (9).
Quem quer que Macron escolha para sucedê-lo enfrentará a tarefa quase impossível de unir o parlamento. Sendo assim, encontrar maneiras de aprovar um orçamento para o próximo ano. A França está sob pressão para reduzir um déficit que é quase o dobro do teto de 3% da União Europeia e uma dívida equivalente a 114% do PIB.
O nome do ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, estava entre os que circulavam para o próximo premiê. Com as outras opções de Macron sendo escolher alguém do centro-esquerda ou um tecnocrata.
Não há regras que determinem, contudo, quem o presidente deve escolher, nem com que rapidez. Macron, de 47 anos e no cargo desde 2017, nomeará seu novo primeiro-ministro nos próximos dias, informou o gabinete.
Os socialistas estavam entre os que disseram que era a vez deles de governar. “Gostaria que fosse a esquerda, os verdes. Precisamos reivindicar o poder”, declarou o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, à rádio France Inter.
Protestos pelo país
As empresas francesas estão preocupadas com o impacto da crise política.
O país também se preparava para os protestos antigovernamentais “Vamos Bloquear Tudo” nesta quarta-feira (10), que se multiplicaram nas redes sociais, em um possível eco dos protestos generalizados dos “Coletes Amarelos” anti-Macron que abalaram o país em 2018–2019.
Os manifestantes não têm uma liderança centralizada, o que significa que é difícil avaliar o tamanho ou o impacto das manifestações.
Conforme o chefe de polícia de Paris, Laurent Nunez, disse à BFM TV que 80 mil policiais foram mobilizados em todo o país, com as autoridades temendo tentativas de bloqueio de algumas estradas principais e estações de trem, além de possíveis ações violentas.
Para alguns manifestantes, o movimento “Bloqueie Tudo” significa pedir mudanças
Assim, organizaram outros “drinques de despedida” para Bayrou em frente a prefeituras por todo o país, com os presentes dizendo que estavam se preparando para os protestos de quarta-feira.
Aliás, sindicatos também anunciaram um dia de greves e protestos em 18 de setembro.