Liberdade Avança e Proposta Republicana teriam 80 deputados na Câmara, mas há resistências em ambos os lados; Macri quer cargos, como o Ministério da Infraestrutura

O presidente da Argentina, Javier Milei, retornou hoje ao país após uma viagem a Israel e ao Vaticano, que incluiu uma visita ao papa Francisco na segunda-feira (12). Espera-se que Milei consiga acelerar negociações para que seu partido O Liberdade Avança, crie um bloco de 80 deputados no Congresso com o Proposta Republicana (Pro), do ex-presidente Mauricio Macri. Dessa maneira, deve facilitar a tramitação de seu amplo pacote de reformas econômicas.

Segundo disse uma fonte próxima a Milei ao jornal La Nación, o presidente acredita que haja uma posição parlamentar mais unificada, um culminar numa coalização política para as próximas eleições parlamentares em 2025.

Para isso, Milei terá de realizar uma reforma ministerial, uma vez que Macri cobiça alguns cargos no gabinete. O noticiário local dá conta de que o presidente aceitará ceder alguns cargos, desde que não se mexa no seu núcleo duro. Este formado pelo ministro do Interior, Guillermo Francos, o chefe de gabinete, Nicolás Posse e o conselheiro Santiago Caputo.

Mas há problemas nessas negociações. Karina Milei, irmã do presidente, a quem ele chama de “chefe” dada sua importância para o governo. Ela continua rejeitando uma fusão entre Pro e Liberdade Avança. No lado do Pro, lideranças como Diego Santilli e María Eugenia Vidal querem discutir o assunto internamente com Macri antes de apoiar a aliança formal. Por outro lado, quem pode ajudar é a atual ministra da Segurança, Patricia Bullrich, amiga de Macri e altamente considerada dentro do gabinete oficial. E tudo isso ocorre em meio a um processo que pode mudar a liderança da Proposta Republicana em março.

Enquanto isso, o presidente aproveita um momento de apoio popular. O porta-voz do governo, Manuel Adorni, publicou na rede X  um vídeo de Milei recebendo um tratamento de popstar no voo de volta a Buenos Aires. “O Presidente da Nação regressa a Argentina depois da sua viagem de sucesso”, escreveu, Em seguida, acrescentou: “Delírio no avião antes da descolagem”.