Produção sobre assassinato de Ângela Diniz baseada no podcast “Praia dos Ossos”
A HBO anunciou a produção de uma minissérie ficcional inspirada na vida e no assassinato de Ângela Diniz, nos anos 1970.
A série de seis episódios terá produção da Conspiração, baseada no podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo. Ela retrata a história de Ângela, mulher da alta sociedade assassinada com quatro tiros pelo companheiro, Doca Street, que se recusava a aceitar a separação.
Mesmo que Doca confessasse o assassinato cometido na Praia dos Ossos, em Búzios, no Rio de Janeiro, ele foi tratado como a vítima durante boa parte do julgamento que se seguiu ao crime.
Ângela viveu as suas próprias contradições e desafiou os limites
De acordo com Mariano Cesar, vice-presidente senior de estratégia de conteúdo e programação da WBD na América Latina: “Mesmo depois de quase 50 anos, a história do assassinato de Ângela Diniz ainda reverbera no imaginário brasileiro. É muito importante para nós na Warner Bros. Discovery poder continuar dando voz aos talentos locais para contar as histórias que impactam nosso público.”
“No contexto do true crime, um gênero que continua prendendo os espectadores, nos propomos a uma rigorosa seleção dos casos que contribuem para os grandes debates contemporâneos. Assim, buscamos nos associar com criadores de conteúdo que possam contá-los com sensibilidade e respeito por seus protagonistas”, acrescentou Cesar.
“Desde o momento que ouvimos o podcast pela primeira vez, antes mesmo de sua publicação, em 2020, vimos que tínhamos um sucesso nessa adaptação. Ângela, essa mulher que viveu as suas próprias contradições e desafiou os limites, dela e da sociedade da época”, acrescentou Renata Brandão, CEO da Conspiração.
Andrucha Waddington dirige a série, escrita por Elena Soárez. A produção executiva é de Waddington, Lorena Bondarovsky, Renata Brandão, Mariano Cesar, Anouk Aaron e Monica Albuquerque.
Para o diretor Waddington, o projeto será “uma série de vida”. “A vida de Ângela, uma mulher que nos anos 70, auge do machismo, ousou viver à sua maneira, sem medo dos preconceitos, julgamentos e opiniões. Ao mesmo tempo, será um lembrete incisivo de que só em 2023 o STF aboliu a infame tese da legítima defesa da honra. Ou seja, onde tantas vezes utilizou em favor de diversos crimes de feminicídio, como o que aconteceu com Ângela, pela oratória do advogado Evandro Lins e Silva na defesa de Doca Street”, falou Waddington.